A três dias da eleição, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), desistiu de concorrer à presidência da Casa, o que deve beneficiar Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição. Com isso, Maia poderá ter ao seu lado 15 partidos liderados pelo PSL, que totalizam mais de 300 deputados.
Aliados dão como certa a recondução e falam em vitória em primeiro turno, mesmo prevendo uma margem de "traição" dentro destas legendas.
Depois de conversas com líderes do MDB e do PTB, além do próprio Maia, Lira anunciou sua decisão. "Diante das dificuldades de construirmos um bloco com partidos de centro-esquerda e após conversar com deputados que defendem minha candidatura, decidi não disputar a eleição para a presidência da Câmara", escreveu Lira.
O PP agora deve consolidar seu apoio a Maia juntamente com MDB e PTB. Segundo Lira, essa decisão deve ser definida somente após a reunião da bancada, prevista para hoje. Já o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), afirmou que as legendas vão integrar o bloco pró-Maia. "Nós vamos nos reunir, mas estamos juntos com o MDB e PP no bloco pró-Maia", disse.
Os partidos negociam a definição de espaços estratégicos na Casa O PP, por exemplo, deve ter uma vaga na Mesa Diretora. Já o MDB negocia ficar com uma suplência na Casa.
A oficialização das candidaturas só ocorrerá na sexta-feira, dia da eleição. Até agora, pelo menos outros cinco deputados manifestaram interesse na disputa. Atual vice-presidente da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) afirmou que mantém sua candidatura como concorrente avulso e disse que não vê ameaça com a decisão da liderança da sua legenda de apoiar Maia.
Ricardo Barros (PP-PR) também se mantém no páreo. Além deles, Marcel Van Hattem (Novo-RJ), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Alceu Moreira (MDB-RS) também concorrem. O PSB oficializou o deputado João Henrique Caldas (AL) em campanha pela direção da Mesa Diretora.