O vice-presidente Hamilton Mourão declarou nesta terça-feira (12) que a coleta de informações da Polícia Federal sobre a suspeita do atual presidente nacional do PSL, o pernambucano Luciano Bivar, ter criado uma candidata nas eleições de 2018 é um "problema do partido". De acordo com Mourão, a questão não atinge diretamente o governo.
"O presidente pertence ao PSL, mas [isso] não tem nada a ver com a campanha dele. Então é problema do partido. O partido que se explique", declarou Mourão. Ao ser questionado sobre o pedido de explicações do presidente à sigla, o vice disse não saber.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o presidente Jair Bolsonaro responsabilizou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e que na época das eleições era presidente interino da legenda e o coordenador da campanha de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, sobre a crise que envolve a revelação de candidaturas laranjas pelo PSL. Segundo informações, o presidente teria discutido com o ministro e ainda mandado cancelar a agenda.
Gustavo Bebianno, segundo a Folha, tenta empurrar a responsabilidade do caso para presidente do PSL, Luciano Bivar.
A candidata a deputada federal Maria de Lourdes Paixão recebeu R$ 400 mil de dinheiro público do PSL quatro dias antes das eleições de 2018. Segundo a candidata, R$ 380 mil foram utilizados na impressão de 9 milhões de santinhos e de aproximadamente 1,7 milhões de adesivos para serem distribuídos. De acordo com a Folha de S. Paulo, Paixão recebeu mais dinheiro que o próprio presidente Jair Bolsoanro e a deputada federal Joice Hasselmann, que recebeu 1,079 milhões de votos.
Maria de Lourdes foi a terceira mais beneficiada pela verba, ficando abaixo apenas de Luciano Bivar e do delegado Waldir. Ela teve apenas 274 votos. A Polícia Federal informou que ainda não investiga a candidata, mas apenas coleta informações preliminares sobre o caso.