'Governadores vão ter trabalho extra', diz Hasselman sobre incluir estados e municípios

Segundo a parlamentar, a inclusão dos estados e municípios na Previdência vai depender do trabalho do apoio dos gestores com suas bancadas
Da editoria de Política
Publicado em 26/06/2019 às 11:24
Segundo a parlamentar, a inclusão dos estados e municípios na Previdência vai depender do trabalho do apoio dos gestores com suas bancadas Foto: Foto: Ricardo Borges/Governo do Rio Grande do Norte


Na manhã desta quarta-feira (26), a líder do governo de Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso Nacional, deputada Joice Hasselman (PSL), afirmou que governadores, principalmente do Nordeste, irão precisar fazer uma trabalho extra para conseguir incluir os estados e municípios na reforma da Previdência. "Os governadores vão ter um trabalhinho extra e vamos ver se eles conseguem", disparou. Também nesta quarta, gestores nordestinos estão reunidos no Fórum dos Governadores, em Brasília, para discutir o tema, entre outros assuntos. 

"Vai depender muito do apoio e ainda mais do trabalho efetivo de alguns governadores que lutaram contra a proposta, em um passado recente e que ficaram de bracinhos cruzados aguardando que resolvemos todo o problema. Então os deputados que são desses estados, principalmente do Nordeste, falaram que não iriam votar e pronto, acabou. Agora os governadores vão ter que ir atrás desses votos. É o único jeito que eles (governadores) tem de colocar uma digital e convencer o parlamentar que foi desgastado a votar", disse a parlamentar em sua conta do Twitter. 

 

 

Ainda segundo Joice, é possível que a votação da matéria seja ainda nesta quarta-feira (26) ou quinta-feira (27). "O nosso plano é votar até quinta-feira. Não vai estragar o calendário se votar na próxima segunda-feira (1º), mas se der para resolver essa semana é melhor", acrescentou. Ela ainda disse que todos estão ansiosos para que o texto chegue ao Plenário e que a Comissão Especial 'já deu'. 

Em nova tentativa, os governadores do Nordeste desembarcaram em Brasília nesta quarta-feira (26) para pressionar o Congresso para que inclua estados e municípios na reforma da Previdência. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), já declarou que vai conversar com governadores para incluir estados no texto da reforma da Previdência ainda na comissão especial. 

Maia, disse que é possível reincluir estados e municípios na reforma ainda na comissão especial. Maia admitiu até adiar a votação da reforma na comissão para a semana que vem caso seja feito um acordo com os governadores.

 

 

Críticas

O presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PL-AM), criticou o anúncio de que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) determinou mudanças no texto enviado pelo governo para garantir regras especiais para a aposentadoria dos policias federais. Em entrevista nesta quarta-feira (26) à Rádio Jornal, o parlamentar disse que não houve nenhuma articulação com a Câmara dos Deputados sobre a medida. "É colocado de supetão", disse.

"Não há nenhum diálogo com a Câmara em relação a isso. Inclusive, o discurso do presidente que visa garantir privilégios a determinadas corporações é absolutamente contraditório com o discurso do ministro Paulo Guedes, que demonstrou indignação justamente pelo relatório ter cedido a uma transição para os servidores públicos", disse Ramos.

Segundo o deputado, "a simples manifestação de vontade do presidente Bolsonaro não é suficiente para para construir a maioria na Câmara dos Deputados". "É uma vontade dele que eu imagino que seja destacada durante a votação do relatório pelo partido dele, o PSL. Agora construir maioria para ter aprovação dessas mudanças é uma outra história.

Questionado sobre a tramitação da reforma, Ramos disse que a votação do relatório da reforma pode ser adiada por até cinco sessões caso seja aprovado um dos pedidos de adiamento feita pela oposição. "Se esses requerimentos não forem aprovados, a gente inicia imediatamente o processo de votação", afirmou.

Após a leitura do voto complementar, a próxima etapa será abrir prazo para apresentação dos destaques com sugestões de mudanças na matéria. Depois da votação do relatório na comissão especial, o texto será apreciado no plenário da Câmara e precisará de uma aprovação de três quintos dos deputados (308) em dois turnos. Caso aprovada, a proposta segue para análise dos senadores.

 

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