O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que não concorda com o movimento de alguns colegas de partido que ameaçam se posicionarem contra a aprovação da reforma da Previdência caso não sejam acatadas mudanças favoráveis a categorias da segurança pública, como a dos policiais federais, da qual ele faz parte. "Eu sou a favor da reforma", disse.
Nem todos os 22 deputados do PSL ligados à segurança pública concordam com o movimento, mas o partido já estuda liberar a bancada para a votação em plenário se o imbróglio se mantiver até lá. "Dizer que os 22 vão votar contrário, não acredito nisso, não", afirmou Eduardo. "Estamos tratando disso, estava conversando com outros deputados que estão desconfortáveis com essas notícias (de deputados ameaçando não votar)", acrescentou
"O pedido (dos policiais) que chegou pra mim foi o de 52 anos para mulher e 55 para homens, mais transição, paridade e integralidade. É complicado você conseguir tudo", disse. Sobre a idade dos policiais, o parecer do relator prevê 55 para ambos os sexos. Para Eduardo Bolsonaro, mudanças podem ocorrer ainda na Câmara, talvez em relação à regra de transição das categorias. "Agora, se for necessário fazer uma mudança, que seja na base do consenso", ponderou, afirmando ainda que o ideal mesmo era a "reforma do Paulo Guedes".
Eduardo acredita que a reforma será aprovada nos dois turnos no plenário da Câmara antes do recesso, que começa em 18 de julho, mas que alterações ainda podem ser feitas até o fim dessa tramitação. "A reforma vai acontecer até os 45 do segundo tempo", disse.
O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) tem sido um dos interlocutores das categorias da segurança pública dentro do partido. "O projeto deu algumas pisadas na bola com os policiais", disse Tadeu. "Estamos tentando nesses dias corrigir algumas aberrações no texto", afirmou.
Tadeu confirmou que há alguns correligionários irritados com o tema e que ameaçam não votar a reforma caso as mudanças não sejam aceitas. "Existe a ameaça, sim. Não vou dizer que não existe. O PSL apoia a Previdência, mas nessa questão particular os deputados estão livres para decidir o voto que for", afirmou. "Existem deputados do PSL que estão irritados com essa possibilidade de não conseguir atender as carreiras militares. Aí, a bancada está liberada e cada um vai votar de acordo com sua consciência", afirmou Tadeu.