Um grupo de manifestantes se reuniu na tarde dessa quinta-feira (3) com o objetivo de protestar contra o bloqueio de recursos na educação. Na ocasião, estudantes e professores da UFPE, UFRPE e centrais sindicais de educação, como a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituição Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proinfes), Sindicato da Rede Municipal de Professores de Olinda (Sinpmol) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) apoiaram o ato.
Uma das pautas mais discutidas no protesto foi o Future-se, projeto do Ministério da Educação que foi divulgado em julho pelo ministro Abraham Weintraub. Segundo o MEC, o objetivo do projeto é dar mais autonomia financeira para as universidades e institutos federais, promovendo o empreendedorismo e captando recursos privados. Isso ocorreria através de contratos de gestão da União e dos IFES com Organizações Sociais (OS) que possuam atividades “ligadas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à cultura e que estejam relacionadas às finalidades do Programa”. O Future-se tem adesão voluntária, ou seja, apenas as universidades e institutos federais que tenham interesse vão participar. De acordo com os estudantes presentes na manifestação, o projeto daria margem para a privatização e terceirização das universidades.
Os manifestantes fizeram uma paralisação de 48 horas em prol da educação. As manifestações, que começaram na quarta-feira (2) em outros Estados do Brasil, pedem por mudança na educação, mas também se unem contra outras pautas do governo Jair Bolsonaro (PSL), como a reforma da Previdência e a reforma trabalhista. O grupo critica Bolsonaro e seu plano de bloqueio de verbas na educação. “Acreditamos que isso não seja apenas ataques isolados, é um planejamento de governo que atinge diretamente a classe estudantil e trabalhadora”, explica Débora, estudante de história da UFPE e militante da União da Juventude Comunista (UJC).
Os estudantes também se unem a favor da Amazônia e da proteção do meio ambiente. De acordo com a estudante Victoria Pinheiro, diretora de políticas educacionais da União Nacional de Estudantes (UNE), as universidades precisam “protestar não somente pelo o que acontece dentro da instituições, mas também pelo o que acontece ao seu redor.”
Durante as 48 horas de mobilização, as Universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco paralisaram parcialmente as atividades para aderir ao protesto.