O ex-presidente Lula (PT) afirmou nessa quinta-feira (7) que sairá da prisão "mais à esquerda" do que quando foi preso, em 7 de abril de 2018, há um ano e sete meses. Com isso, aliados do petista esperam que ele assuma o papel de principal opositor do presidente Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com o portal Uol, Lula fará "um grande pronunciamento à nação" assim que for libertado e planeja uma partida de futebol com membros do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) no próximo dia 21 em Guararema, interior paulista.
Lula ainda planeja viajar o país após deixar a sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba para fazer articulações políticas, com vistas à eleição presidencial de 2022. O petista busca reaglutinar a esquerda, aproximar o campo progressista do centro e construir uma proposta alternativa de governo.
Os planos do ex-presidente foram revelados pelo coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, que fez uma visita a Lula por cerca de uma hora ao lado da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann e do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
"Ele [Lula] disse: 'avise lá aos sem-terra que eu vou sair mais à esquerda que entrei. Vou sair fazendo luta'", contou o coordenador do MST. "Ele [Lula] disse que, ao sair, quer preparar um grande pronunciamento à nação e discutir os desafios que o Brasil enfrenta. Falou muito da grande luta contra o neoliberalismo", completou.
Gleisi Hoffmann disse que a liberdade de Lula dará à oposição "um salto de qualidade". "Lula é a principal liderança popular do país. Queremos ele andando pelo Brasil." Essas andanças, segundo Gleisi, não estão completamente definidas, mas ocorrerão. Servirão, inclusive, para reforçar os pedidos da defesa do ex-presidente para que o pedido de suspeição do ex-juiz Sergio Moro seja julgada no STF visando à declaração da inocência plena de Lula. "Lula vai continuar lutando pela sua inocência plena, que sempre foi sua prioridade", falou Gleisi.