A disputa municipal de 1996 no Recife trouxe a novidade da aliança PMDB-PFL, articulada entre o governador Joaquim Francisco e o prefeito Jarbas Vasconcelos. Mesmo enfrentando problemas de convivência, as duas legendas se uniram em torno da candidatura do deputado federal Roberto Magalhães (PFL), quebraram o tabu e venceram a eleição com larga vantagem.
A trégua, porém, se mostraria temporária. Quatro anos depois, embora firmes no respaldo à candidatura de Magalhães à reeleição, PMDB e PFL receberam ainda o reforço do PSDB mas não conseguiram deter o avanço do petista João Paulo, que levou a briga para o segundo turno e terminou derrotando o prefeito-candidato pela estreita margem de 5,8 mil votos.
E caberia a João Paulo quebrar pela segunda vez o tabu da não-recondução do prefeito do Recife. No pleito de 2004, a aliança PMDB/PFL/PSDB escolheu o deputado federal Carlos Eduardo Cadoca (PMDB) para enfrentar o petista, que concorria à reeleição. O ex-prefeito e ex-governador Joaquim Francisco – que também entrou no páreo, agora filiado ao PTB – largou na frente das pesquisas, seguido de perto por Cadoca. João Paulo permaneceu atrás até agosto quando iniciou uma arrancada que lhe garantiria a renovação do mandato.
Em 2008, João Paulo quebraria novamente o tabu. Colocando-se contra a tendência majoritária do próprio PT – que defendia a candidatura de Humberto Costa –, ele articulou o nome do deputado estadual João da Costa, à época seu secretário de Gestão Participativa. O prefeito levou a briga até a última instância petista, o presidente Lula, de quem obteve o aval para lançar seu candidato. Ao final, João da Costa venceria confortavelmente a disputa, liquidando a fatura logo no primeiro turno. Uma situação bem diferente da vivida atualmente por ele.