PSDB de novo no "berço" governista, agora na gestão Eduardo Campos

Agora é oficial: o PSDB ingressou no governo Eduardo Campos (PSB). O anúncio foi feito pelo socialista, ontem, na primeira agenda do oitavo e último ano de gestão, quando ele divulgou os nomes que vão compor o novo secretariado, resultado da reforma administrativa anunciada em novembro e cuja lei foi publicada ontem no Diário Oficial do Estado. A posse está marcada para hoje, às 10h, na sede provisória do governo, no Centro de Convenções.

A costura do apoio foi feita ao longo do último mês. Os tucanos – que têm Daniel Coelho como líder da oposição na Assembleia Legislativa – vão ocupar os cargos deixados pelo PTB por causa da candidatura do senador Armando Monteiro ao governo: a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo e a presidência do Detran.

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Os nomes indicados pelo presidente estadual do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, foram, respectivamente: o advogado Murilo Guerra e o então secretário de Saúde de Camaragibe, Caio Mello.

Na entrevista à imprensa, o governador demonstrou impaciência com os questionamentos em torno dos interesses eleitorais que podem estar por trás da aliança. “Cada um vai interpretar da forma que deseja interpretar. Mas a relação nossa com o PSDB vem de muito tempo. Na Assembleia mesmo sempre tivemos apoio do bancada a muitos projetos nossos. Neste momento, inclusive, em que alguns partidos deixaram a base, era a hora de fazer o convite (para ingressar na base)”, defendeu.

Eduardo negou qualquer relação a entrada do PSDB em seu governo com a candidatura a presidente do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve ser seu concorrente na disputa pelo Palácio do Planalto este ano. “Sempre dialoguei com o PSDB, inclusive quando ele não votava com a gente. Apoiei vários candidatos do PSDB a prefeituras em 2008, em 2012”, lembrou.

Além dos nomes tucanos, o governador apresentou ontem o ex-presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) João Bosco de Almeida como titular da recém-criada Secretaria de Infraestrutura, uma mega pasta formada pela fusão de Transportes com Recursos Hídricos, que terá o segundo maior orçamento do governo, atrás apenas da Saúde (veja perfil dos novos auxiliares na página 4).

O atual secretário-executivo de Turismo, Adailton Feitosa, ficará agora no comando da pasta com a volta de Alberto Feitosa (PR) à Assembleia.

Outra auxiliar que voltará ao posto de deputada estadual é Laura Gomes (PSB). Com isso, a pasta de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos será comandada por Bernardo D’Almeida, que, hoje, é secretário-executivo de Planejamento e Gestão.

Todas as pastas que foram incorporadas a outras serão, agora, secretarias-executivas. Com a reforma, o número de secretarias caiu de 28 para 23.

EFETIVAÇÕES
Marcelo Canuto foi efetivado como secretário de Cultura, cargo que ocupava interinamente desde outubro, quando o PT saiu da base socialista por causa da candidatura de Eduardo Campos ao Palácio do Planalto, em um embate com a presidente Dilma Rousseff (PT).

Alessandro Carvalho também virou efetivo, na Secretaria de Defesa Social (SDS). Ele substituiu Wilson Damázio, que deixou o governo no mês passado após declarações polêmicas ao JC sobre exploração sexual.