Transferência de Pedro Corrêa para o Cotel atrasa

Alvo da 11ª fase da operação Lava Jato, ex-parlamentar continuava recebendo dinheiro de Youssef, mesmo depois de ser condenado no mensalão
Do JC Online
Publicado em 12/04/2015 às 10:50
Alvo da 11ª fase da operação Lava Jato, ex-parlamentar continuava recebendo dinheiro de Youssef, mesmo depois de ser condenado no mensalão Foto: Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem


Condenado pelo mensalão e investigado pela Operação Lava Jato por suspeita de ter recebido R$ 5,3 milhões desviados da Petrobras, o ex-deputado federal e ex-presidente do PP Pedro Corrêa deveria ser transferido do Centro de Ressocialização de Canhotinho (CRA), no Agreste de Pernambuco, para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel), no Grande Recife, na madrugada deste domingo (12). No entanto, o transporte do ex-parlamentar, que deveria ter acontecido às 3h por agentes de segurança da Secretaria de Ressocialização (Seres), ainda não foi realizado. Investigações da PF apontam que Pedro Corrêa continuava recebendo dinheiro de doleiro, mesmo depois de ser condenado no mensalão. Atualmente, político cumpre pena em regime semiaberto em Canhotinho (CRA). Ainda não há informações sobre o que teria motivado o atraso.

Um dos alvos da 11ª fase da operação Lava Jato, deflagrada na última sexta-feira (10) e voltada para crimes na Caixa Econômica Federal (CEF) e no Ministério da Saúde, Corrêa deve seguir nessa  segunda-feira (13) para a Superintendência da Polícia Federal de Curitiba em avião de carreira. Ele será transportado até o Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes pela Polícia Federal e embarca às 6h num voo da Gol rumo ao Paraná.

O ex-deputado pernambucano foi citado na Operação Lava Jato e teve sua transferência para a carceragem de Curitiba autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelas execuções penais do presos no processo do mensalão. A nora do político, Márcia Danzi Corrêa, e um ex-funcionário, Jonas Aurélio de Silva Leite foram ouvidos pela PF, que apura se eles atuaram como laranjas para receber dinheiro desviado da Petrobras.

ENTENDA A INVESTIGAÇÃO - Investigações da Polícia Federal apontam que Pedro Corrêa (PP-PE) pediu dinheiro ao doleiro Alberto Youssef por e-mail, os escritórios do doleiro visitou ao menos 23 vezes e tinha movimentação financeira incompatível com seus rendimentos. De acordo com a polícia, o político continuava recebendo dinheiro de Youssef, mesmo depois de ser condenado no mensalão.

Segundo o juiz Sergio Moro, as provas mostram que Corrêa usou o mandato e posição no PP para enriquecer ilicitamente. Moro determinou o bloqueio dos bens do ex-deputado e de outras três pessoas ligadas a ele, por meio das quais o político teria movimentado dinheiro.

Um deles é um funcionário de Corrêa. A PF informou ainda que o empregado rural recebeu mais de R$ 700 mil entre 2010 e 2014, e nem sequer apresentou declaração de Imposto de Renda. Os depósitos para ele eram seguidos de saques no mesmo dia.

Em um e-mail enviado por Corrêa a Youssef, ele informa uma relação de contas bancárias dele e de pessoas ligadas a ele com os valores para depósitos, que depois se confirmaram. Um laudo detectou incompatibilidade entre a movimentação financeira do ex-deputado e seus rendimentos.

A nora do ex-deputado Pedro Corrêa, Márcia Danzi Correa de Oliveira, teria recebido dinheiro de forma ilícita, segundo a PF. A mulher prestou depoimento e foi liberada. Porém, pode ser ouvida novamente, caso os investigadores da Operação Lava Jato queiram fazer novas perguntas. 

A suspeita é que o funcionário e a nora tenham sido usados como laranja para receber dinheiro do esquema que atuava na Petrobras. Márcia foi ouvida por cerca de duas horas e negou as acusações. Um aparelho celular e um tablet dela ficaram sob o poder da polícia e serão vasculhados na investigação.

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