Mães de crianças com microcefalia gastam R$ 300 com medicamento

Estado não vem fornecendo medicamento para convulsões. Mães do interior também não recebem auxílio alimentação
JC Online
Publicado em 01/05/2016 às 9:47


Deslocamentos quase diários, gasto do próprio bolso com remédios e alimentação. Assim tem sido a rotina das mães de crianças com microcefalia, que podem ser beneficiadas por uma atuação do Legislativo em favor de políticas de saúde e assistência social mais justas. “A prefeitura garante o carro, mas às vezes saio de madrugada de casa e volto só à noite. Tenho que lanchar na rua e gasto R$ 300 com um remédio para controlar as convulsões do meu filho” , contou A.J.A, 18 anos, residente na Zona da Mata.

A médica Durce Carvalho, neuropediatra do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no Recife, unidade referência em doenças infecciosas e problemas neurológicos em crianças, observa que a descentralização do atendimento  já vem ajudando a diluir a demanda muito alta dos grandes centros da capital. 

“Com as crianças chegando ao sexto mês de vida, conseguimos identificar mais os atrasos de desenvolvimento. Muitas delas têm alteração visual mais prejudicada. Estamos  encaminhando os casos   para estimulação motora”, explica a médica Durce Carvalho. Segundo ela, muitas têm epilepsia e vêm sendo discutido com a Secretaria Estadual de Saúde a oferta regular de medicamentos para controlar as convulsões. O reitor da Universidade de Pernambuco, Pedro Falcão,   negocia, por sua vez, com a Secretaria de Administração, a autorização para a abertura de um concurso com 560 vagas que serão distribuídas nos  três hospitais  da instituição, entre eles o Oswaldo Cruz. A Secretaria Estadual de Saúde informa que a partir da detecção dos casos de microcefalia foi definida uma rede de atendimento, com mais de 20 hospitais de referência e serviços de reabilitação do Recife ao interior. 

A expectativa, avisa, é que ela aumente ainda este ano. No mês de março, 2.560 profissionais de diversas áreas foram convocados para reforçar as escalas de 18 unidades da rede estadual. Mutirões têm sido feitos para acelerar consultas e exames. De agosto de 2015 a 23 de abril deste ano, 1.883 casos suspeitos de microcefalia foram registrados em Pernambuco, sendo confirmados 334.


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