Educação: Equilibrar ensino é outro desafio

Ensino médio conseguiu nível desejável, mas ensino fundamental ainda é uma barreira
Mariana Araújo
Publicado em 18/01/2017 às 7:40
Ensino médio conseguiu nível desejável, mas ensino fundamental ainda é uma barreira Foto: Foto: Divulgação


Se no ensino médio a qualidade da educação avançou, nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) concentra-se o desafio do governo de alcançar o mesmo desempenho. Para o diretor da Fundação Ayrton Senna, Mozart Neves, que foi secretário de Educação do Estado no governo de Jarbas Vasconcelos, o problema é antigo e depende de uma decisão política de trabalhar a melhoria da qualidade do ensino para os adolescentes desta faixa.

"No ensino médio, como nos anos iniciais, Pernambuco já encontrou o caminho. É tentar agora fazer mais esforço para avançar. O caminho da tecnologia está dominado, diferentemente do que a gente observa nos anos finais. A gente não tem ainda uma política exitosa de resultados importantes. Ao contrário, estamos estagnados. Precisamos urgentemente estabelecer um esforço colaborativo com os municípios e uma política que realmente tenha uma cara como a que foi dada ao ensino médio", avalia o especialista.

Mozart lembra que o ensino fundamental é administrado também pelas prefeituras e sugere um convênio com as gestões municipais. "Isso vai exigir um trabalho muito colaborativo com os municípios, onde uma boa parte dos alunos dos anos finais também se encontram. É preciso trabalhar o currículo, a formação, a matriz de gestão que possa ajudar as escolas. O esforço nos próximos anos é trabalhar muito a questão dos anos finais", enfatiza. No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Pernambuco alcançou, nos 8º e 9º anos, na avaliação divulgada ano passado, a nota 4,1, ficando acima da meta estabelecida, que era de 3,6. Quando o índice começou a ser medido, em 2005, a nota foi de 2,4.

PROGRAMA

O secretário executivo de coordenação e planejamento de educação, Severino Andrade, concorda com a avaliação de Mozart Neves. Segundo a pasta, 63% dos alunos dos anos finais do ensino fundamental estão na rede municipal e 37% na rede estadual. "Essa diferença entre o desempenho do ensino médio e fundamental, atribuímos ao fato de que o ensino médio estar sob nossa responsabilidade e conseguirmos atuar diretamente. No ensino fundamental ainda é de responsabilidade mais dos municípios do que no Estado", ressaltou.

Para equiparar o crescimento também nos anos finais, o Estado lançou, ano passado, o Programa de Educação Integral em 15 municípios, escolhidos através de cruzamento de dados educacionais e socioeconômicos. "Não estamos construindo escolas, mas investindo em unidades que já existem. O município escolhe uma escola para que ela se torne integral e aí fazemos, com os parceiros, toda a capacitação e o apoio", explicou. 

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