Uma empresa que teria participado da compra da aeronave que transportava o ex-governador Eduardo Campos em seu acidente fatal é alvo da Operação Vórtex, deflagrada nesta terça-feira (31), pela Polícia Federal. Segundo a PF, durante as investigações da Operação Turbulência, constatou-se que a empresa possui contratos milionários com o governo de Pernambuco e que suas doações a campanhas políticas aumentaram de forma exponencial ao longo dos últimos anos, principalmente para o partido e candidatos apoiados pelo ex-governador.
Ao analisar as contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas utilizadas para a compra do avião Cessna 560 XL, a PF observou que os valores transferidos por uma das empresas investigadas na Operação Turbulência haviam sido, na verdade, repassados dois dias antes por uma terceira empresa, que ainda não havia sido alvo da investigação original. De acordo com a PF, a exatidão do montante e o curto lapso temporal entre as duas transações sugerem que a conta investigada na Turbulência tenha sido "mera conta de passagem".
Ao todo, foram expedidos seis mandados de busca e apreensão, sendo quatro no bairro de Boa Viagem, um no Pina e um em Jaboatão dos Guararapes, e quatro mandados de condução coercitiva. Os alvos estão sendo levados para a sede da Polícia Federal, na área central do Recife, onde vão prestar depoimento.
O nome da operação é uma referência ao jargão aeronáutico, vórtex (ou vórtice), que é o nome dado ao movimento de massas de ar em formato de redemoinho ou ciclone que geralmente precede a turbulência.
Apontado pela Polícia Federal como responsável por entregar propina de empreiteiras ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) - morto em um acidente de avião, em agosto de 2014 -, o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, conhecido como João Lyra, assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Turbulência. Lyra se apresentou formalmente como o único comprador do avião que caiu em Santos (SP).