Edilson critica apuração da morte do jovem de Itambé

Deputado presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alepe pede que Ministério Público rejeite inquérito policial
Editoria de Política
Publicado em 05/06/2017 às 20:35
Deputado presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alepe pede que Ministério Público rejeite inquérito policial Foto: Divulgação


A conclusão do inquérito sobre a morte do jovem Edvaldo da Silva Alves, 22 anos, baleado e arrastado sangrando por policiais militares em Itambé, em março de 2017, durante um manifesto popular que pedia segurança para a Mata Norte de Pernambuco, foi criticada pelo presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado Edilson Silva (PSOL), nesta segunda-feira (5/6). Ele pede que o Ministério Público rejeite o relatório da Polícia Civil que indicia dois militares por homicídio culposo, sem intenção de matar.

Em pronunciamento no plenário da Assembleia, Edilson Silva alegou incoerências na apuração e chamou a atenção para alguns detalhes.  Um dos questionamentos do deputado é o fato de a polícia ter considerado que o capitão autor da ordem para atirar no rapaz cometeu apenas abuso de autoridade, “mesmo arrastando o jovem sangrando e o agredindo fisicamente”, como mostrou vídeo feito no local.

“Causa-nos estranheza o fato de o delegado (Pablo de Carvalho) ter assumido a presidência do Instituto Tavares Buril”. O deputado lembrou divergências entre laudos do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, onde Edvaldo morreu e apontou lesão por arma de fogo, e o parecer do Instituto de Medicina Legal (IML), que não confirmou o ferimento.

Edilson Silva também destacou as ameaças relatadas por testemunhas do homicídio e a dificuldade encontrada pela família da vítima para ter acesso às informações do processo. "Todos nós vimos o que aconteceu. Não é possível aceitar um relatório como esse e uma perícia que diz que não tem no corpo do rapaz nenhuma marca de tiro. O que houve ali foi um homicídio com dolo."

O deputado do PSOL citou que havia uma  viatura do Corpo de Bombeiros e ela não foi acionada. "É preciso, para manter a honra da Polícia Militar e dar o exemplo, que esses policiais sejam julgados pelo crime que cometeram", concluiu.

A política de segurança do Estado, episódios de repressão a protestos e o despreparo de policiais vêm sendo alvo de críticas da oposição ao governo Paulo Câmara (PSB).

 

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