Os dois objetivos principais da Operação Torrentes, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (9), são de complementar as provas já produzidas durante o período inicial da investigação e evitar que os desvios dos recursos federais para ajuda de cidades atingidas pelas enchentes na Mata Sul de Pernambuco permaneçam.
Há suspeita de que houve desvio de verbas para vítimas de enchentes das chuvas de maio deste ano na Operação Prontidão. "Durante a investigação se percebeu que com novos aportes que chegaram neste ano aqui no estado também estavam sendo alvo dessa associação criminosa ", afirmou o superintendente regional da Polícia Federal, Cairo Costa Duarte.
As provas já obtidas dizem respeito as irregularidades em diversos contratos, entre eles de compra de colchões, alimentos, filtros de água e cobertores para atender famílias desabrigadas durante as enchentes de 2010. De acordo com a Polícia Federal, o total de recursos federais repassados para a Operação Reconstrução em 2010 foi de R$ 450 milhões. O valor exato dos desvios ainda não pode ser apontado. De acordo com o delegado, em alguns casos foi constatado um superfaturamento de 20% a 30% em cada um os itens. "Como são vários contratos, de vários itens diversos, o momento é de quantificar o valor desviado", afirmou o chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, o delegado Renato Madson, durante coletiva, realizada na manhã desta quinta-feira (9).
A operação passou por uma fase sigilosa e hoje entrou em sua etapa ostensiva. A partir de agora, serão realizadas oitivas, análise de documentos e de dados bancários para identificar os recursos desviados. "A gente já conseguiu colher muitos elementos na fase sigilosa. As apreensões estão confirmando grande parte do que foi investigado na fase sigilosa", contou Cairo.
A Polícia Federal (PF) em Pernambuco deflagrou a Operação Torrentes na manhã desta quinta-feira (9) para desarticular um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do governo Estadual. De acordo com os investigadores, verba pública destinada para a reconstrução de cidades arrasadas por fortes chuvas no Estado foi desviada por criminosos. Viaturas da corporação foram vistas em prédios públicos como na sede do executivo estadual, o Palácio do Campo das Princesas, e da Vice-Governadoria. A Casa Militar é o principal alvo dos agentes. Quinze mandados de prisão temporária foram expedidos pela Justiça.