Após audiência de custódia realizada na noite desta quinta-feira (9), a Justiça Federal decidiu pelo recolhimento de três dos quatro militares presos na Operação Torrentes. Eles foram levados para a Academia de Polícia Militar de Paudalho, na Zona da Mata Norte. O quarto homem cumprirá prisão domiciliar, monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
De acordo com a Justiça Federal, seguem para o regime fechado o coronel Fábio de Alcântara Rosendo, o coronel aposentado Waldemir José Vasconcelos de Araújo e o coronel Roberto Gomes de Melo Filho. O tenente-coronel Laurinaldo Félix do Nascimento será monitorado por tornozeleira eletrônica.
Além dos quatro presos, outros sete militares foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento. Um deles foi o ex-comandante da PM, coronel Carlos D'Albuquerque.
De acordo com decisão da juíza titular da 36ª Vara, Carolina Souza Malta, os presos Antônio Manoel de Andrade Junior, Antônio Trajano da Rocha Neto, Heverton Soares da Silva, Ricardo Henrique Reis dos Santos, Ricardo José de Padilha Carício, e Daniel Pereira da Costa Lucas, foram encaminhados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. As mulheres Roseane Santos Andrade, Taciana Santos Costa, Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha e Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha foram levadas para a Colônia Penal Feminina do Recife, na Zona Oeste do Recife.
A prisão temporária é válida por cinco dias.
A Polícia Federal realizou uma megaoperação na manhã desta quinta-feira (9) para desarticular um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do governo Estadual. De acordo com os investigadores, verba pública destinada para a reconstrução de cidades arrasadas por fortes chuvas no Estado foi desviada por criminosos. Viaturas da corporação foram vistas em prédios públicos como a sede do executivo estadual, o Palácio do Campo das Princesas, e da Vice-Governadoria. A Casa Militar foi o principal alvo dos agentes. Quinze mandados de prisão temporária foram expedidos pela Justiça.
De acordo com a apuração dos policiais, até R$ 450 milhões, que foram depositados pela União, na "Operação Reconstrução", para a assistência de vítimas das enchentes de junho de 2010 na Mata Sul de Pernambuco, podem ter sido desviados. Há suspeita, ainda, de que dinheiro liberado para vítimas de enchentes das chuvas de maio deste ano, na "Operação Prontidão" também foram desviados.
Além dos 15 mandados de prisão temporária, foram expedidos 36 mandados de busca e apreensão e 20 de condução coercitiva. Um mandado também foi cumprido no Estado do Pará, na região Norte do Brasil.
Em coletiva da Polícia Federal na manhã desta quinta, o chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Renato Madsen, informou que diversos tipos de contratos foram superfaturados, até mesmo contratos para a compra de colchões, alimentos, filtros de água e cobertores. "Houve um conluio entre as empresas para favorecer e direcionar esses contratos para uma delas e a partir daí, com esse valor superfaturado, eles conseguem ter uma lucratividade maior e o erário fica prejudicado", afirmou.