Às vésperas da visita que o governador de São Paulo e presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) fará ao Recife, o ex-ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), garante que a construção de um ambiente partidário que favoreça a eleição do correligionário é uma de suas prioridades no momento. Em terras recifenses, na segunda-feira Alckmin participará de um café da manhã promovido pelo Conselho de Gestão do LIDE Pernambuco, para debater o tema “Gestão Pública e os Desafios do Brasil Contemporâneo”.
Fora do governo Temer desde o início da semana, Bruno garante que o fato de ter deixado o ministério não o aproxima de grupos tucanos que defendem a saída da sigla da base aliada do presidente. O pernambucano pondera, entretanto, que a fase atual pede união em prol do fortalecimento de um projeto maior para 2018. “Minha saída do ministério significa que volto para a rotina do partido, para ciscar pra dentro. Volto a trabalhar para reconstruirmos um ambiente de diálogo e unidade para fortalecer nosso candidato a presidente da República: Geraldo Alckmin”, afirmou. Com a saída de Bruno da base ministerial, o PSDB ainda está à frente de três pastas: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Direitos Humanos (Luislinda Valois) e Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy).
Mesmo evitando falar sobre candidatura própria, é certo que Bruno disputará um cargo nas próximas eleições. Neste cenário, segundo o deputado estadual Antônio Moraes (PSDB), o tucano acertou em finalizar agora sua parceria com o presidente Michel Temer (PMDB), uma vez que o peemedebista tem aparecido em pesquisas com índices muito baixos de popularidade. “Não termos mais Bruno no Ministério das Cidades é ruim para Pernambuco, porque o Estado, que estava se beneficiando com muitos projetos, perde uma pasta importante. Por outro lado, pessoalmente ele ganha, uma vez que o desgaste de Temer é grande demais”, defendeu o parlamentar.
Questionado sobre as ambições do colega de partido, Moraes desconversou. “Ele (Bruno) tem uma base muito forte, com prefeitos de cidades grandes e pequenas, então é certo que ele conseguiria se reeleger deputado federal. Quanto a concorrer a um cargo majoritário, ele nunca colocou com clareza se tentará. É possível, mas ele nunca colocou”, comentou.
A afirmação de Moraes diverge da do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes e pré-candidato do PSDB ao Palácio do Campo das Princesas, Elias Gomes. Poucos dias antes do anúncio da saída de Bruno Araújo do Ministério das Cidades, Elias disse que o projeto do ex-ministro é tornar-se senador em 2018.
“Palavras do ministro Bruno: ‘olha, eu tenho uma pretensão para o Senado. Ocorre que é muito importante para o partido ter uma pré-candidatura e, se possível, viabilizar o protagonismo aqui em Pernambuco’. O pleito dele está posto, se o PSDB vier a apoiar um dos candidatos da oposição, ele será o nome natural para o Senado”, revelou Elias.