Uma reunião nessa terça (6) entre o vice-governador Raul Henry, o deputado federal Jarbas Vasconcelos e o presidente Michel Temer, todos do MDB, tentou definir o rumo do comando do diretório estadual do partido. Desde o ano passado, Raul e Jarbas travam uma disputa jurídica pela presidência da legenda. A ida a Temer foi a tentativa em última instância de manter o MDB nas mãos de Raul e Jarbas. Em dezembro do ano passado, o presidente já havia tratado do assunto com a dupla.
Porém os pernambucanos saíram do Palácio do Planalto sem uma resposta concreta de Temer. “Ele disse que ia ver o que era possível fazer. Foi muito gentil e colocou o tema em assuntos genéricos, como colocou da primeira vez. Achamos que era obrigação da gente levar esse relato para ele. Ele não foi explícito. Ele é uma pessoa muito contida”, descreveu Raul Henry.
O vice-governador e o parlamentar buscam o apoio de Temer após Jarbas votar a favor das investigações de corrupção contra o presidente, ano passado. Raul chegou a sugerir, em meio à crise política, que Temer renunciasse ao cargo. A justificativa do vice-governador é que o governo ficaria insustentável. Em seguida, Raul Henry afirmou que sua colocação foi equivocada. Os dois buscam manter a direção do partido nas mãos para seguirem coligados com o PSB, do governador Paulo Câmara, que faz oposição a Temer.
Para Henry, a palavra de Temer seria fundamental. “Uma palavra dele é sempre uma coisa importante. Ele, de fato, é o presidente do partido, ele está licenciado, mas é o presidente e maior liderança”, disse.
O vice-governador também comentou o ato do senador Fernando Bezerra de levar ao TSE a decisão sobre o futuro do MDB no Estado. “A reclamação deles não tem fundamento porque diz que o desembargador desrespeitou uma decisão do TSE que reconhece o novo estatuto do MDB. O desembargador não desrespeitou isso. O desembargador disse que a mudança feita no estatuto não poderia ter seus efeitos retroagidos para prejudicar a parte, que somos nós”.