O presidente nacional do PSL, deputado federal eleito Luciano Bivar (PE), disse, em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal nesta sexta-feira (4), que os partidos de esquerda, a exemplo do PT, PSB, PDT e PCdoB, não irão "se meter numa aventura de ter uma candidatura isolada de um candidato do PSOL e ficar fora" da composição da Mesa Diretora. Segundo Bivar, essa siglas têm "consciência de que Rodrigo é imparcial" na condução dos trabalhos da Casa e sinalizou com a possibilidade até do democrata viabilizar pautas da esquerda "desde que não prejudique a governabilidade".
"Eu acho que a chance de Rodrigo Maia perder essa eleição é muita pequena. Eu acho que ele está perfeitamente gabaritado para isso. É um homem de bom senso. Ele não está presidindo em favor do partido 'a', 'b' ou 'c'. A esquerda brasileira sabe disso, tem consciência de que Rodrigo é imparcial. Eu acho que a esquerda consciente sabe que Rodrigo Maia é a melhor opção. Não vai se meter numa aventura de ter uma candidatura isolada de um candidato do PSOL e ficar fora de tudo", disse Bivar.
Luciano Bivar se referia ao anúncio da postulação do deputado federal eleito Marcelo Freixo (PSOL) ao comando da Casa. Para o presidente do PSL, a "esquerda consciente" não vai aderir ao deputado psolista que tenta articular o apoio dos demais partidos de oposição. PT, PSB, PDT e PCdoB, contudo, estão em um dilema sobre o apoio ou não Maia desde de que o acordo entre o PSL e Maia se tornou público. A questão passa justamente pela ocupação de espaços na Câmara citada por Bivar. Se optarem por não apoiar o atual presidente da Casa - que é o favorito na disputa -, essas siglas ficarão sem relatorias, por exemplo. Mas caso decidam aderir a candidatura à reeleição de Maia teria que arcar com o ônus de explicar a aliança ao nome alinhado ao partido governista.
"(Rodrigo Maia) Tem tudo a ver com a viabilidade em acordos de lideranças. E que ele posa viabilizar as ideias da esquerda também desde que não prejudique a governabilidade. Esse é o Maia que permeará com certeza em todos os partidos, inclusive na esquerda", afirmou.
O presidente do PSL costurou o acordo com o democrata em reunião na quarta-feira (2). A negociação passou pelo PSL ficar com o comando das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão de Finanças e Tributação (CFT), além da segunda vice-presidência da Mesa e todas as comissões econômicas que forem criadas. O acordo não agradou parte da base de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e aliados de Maia. Já o mercado reagiu bem ao anúncio com queda na cotação do dólar e alta na Ibovespa.
"Estou sendo muito questionado por parte da imprensa nacional com relação ao nosso apoio a Rodrigo Maia. Mas o que significou aquilo? Significou aquilo um ônus para o partido que são comissões importantes que só requer trabalho. Não é um órgão remuneratório, é um órgão para a governabilidade. E nós temos quadros muito qualificados no partido", justificou Bivar.