Geraldo Julio dispara contra ausência de repasses do governo Bolsonaro

Durante o debate na Rádio Jornal, o prefeito lamentou a falta de recursos para os municípios e criticou a reforma da Previdência
Maria Eduarda Bravo
Publicado em 09/04/2019 às 11:47
Durante o debate na Rádio Jornal, o prefeito lamentou a falta de recursos para os municípios e criticou a reforma da Previdência Foto: Fotos: Bianca Sousa/JC Imagem


Participando do debate promovido pela Rádio Jornal na manhã desta terça-feira (09), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), lamentou que nesses 100 dias do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nenhum recurso financeiro foi repassado para os municípios. "Dentro desses 100 dias ainda não houve nada, nenhuma resposta vindo de Brasília", disse o socialista. 

"Os prefeitos estão sendo pressionados pela crise econômica. Em Brasília há muita discussão que não toca a vidas pessoas e a gente aqui na ponta está precisando disso. Essa é a nossa preocupação e parece que em Brasília isso não está em pauta", completou o prefeito.

Uma das maiores críticas feitas pelo gestor diz respeito ao repasse de recursos aos municípios, principalmente aqueles localizados no interior do País. "O governo não fez nada pelos municípios, mas também pela população mais pobre do Brasil. Contra já fez. Cortaram R$ 5 bilhões da educação dos poucos recursos que recebe. Isso é uma ação frontal contra a sociedade. Para nós a educação é o primeiro lugar, para eles é o último lugar. O ministro da educação foi um dos últimos a ser escolhido e deu no que deu. Só 3 meses de gestão", criticou Geraldo.

Para buscar maior ajuda para o Recife, o prefeito embarcará nesta quarta-feira (10) para Brasília e participará da Marcha dos Prefeitos. "Amanhã eu estou indo. Vou participar também da marcha, porque realmente a situação dos municípios está muito dura, principalmente dos municípios menores. Também (o jeito) como o Brasil está sendo conduzido, isso dificulta muito", cravou.

Reforma da Previdência 

Forte nome do seu partido, PSB, o prefeito Geraldo Júlio também salientou que concorda com as ações da sigla e que a nova proposta da reforma da Previdência 'massacra' os pobres. 

"Essa reforma massacra o mais pobres. Tem que tratar de longevidade. A longevidade é um ponto pacífico, quando se está ajustando o tempo de contribuição das pessoas. Eles dizem que o maior problema do Brasil é o idoso. Eu acho que a reforma precisa ser discutida, mas dizer que a Previdência é o problema do Brasil, discordo completamente", explicou. 

O socialista ainda comentou que a nova proposta não irá diminuir a desigualdade, e sim aumentá-la. "Fazer uma proposta da reforma e dizer que vai combater a desigualdade? Pega uma pessoa que trabalha em um escritório, no ar condicionado, chega bem na velhice de saúde e falam que isso é acabar com a desigualdade? Isso aumenta a desigualdade", completou.

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