Edilson Silva deixa o PSOL após afirmar ser alvo de 'perseguição'

Por meio de uma nota, o partido anunciou que recebeu a notícia 'sem surpresa'
Da editoria de Política
Publicado em 07/05/2019 às 8:50
Por meio de uma nota, o partido anunciou que recebeu a notícia 'sem surpresa' Foto: Foto: Guga Matos / Acervo JC


Atualizada às 10h37

Alegando ser alvo de perseguição por parte da 'maioria da direção estadual', o ex-deputado Edilson Silva anunciou nessa segunda-feira (06), a sua desfiliação do PSOL. Segundo a assessoria de Edilson, a ex-presidente da sigla em Pernambuco, Albanise Pires a ex-dirigente estadual Gaby Conde, também apresentaram sua saída. 

Os filiados que optaram pela saída, pretendem se manter em um coletivo local, "refazendo a partir do qual manterão debates, elaboração de análises políticas" e atuar "na resistência contra o governo Bolsonaro, a prioridade política numero um do coletivo que surge". 

Segundo o Blog de Jamildo, a disputa entre os grupos do PSOL ficou pública há dois anos, quando a corrente ‘Somos PSOL’ divulgou uma carta informando o rompimento com o então deputado. No documento, afirmaram que ele é uma figura “centralizadora”. No dia seguinte, dez funcionários do gabinete dele foram exonerados.

Em nota, o PSOL afirmou que a saída dos ex-filiados foi 'sem surpresa'. De acordo com a sigla, mesmo que os membros não tivessem comunicado formalmente 'as instâncias', o partido "tem percebido o afastamento deste grupo político da nossa sigla, uma vez que já há alguns meses os mesmos não frequentavam mais os espaços deliberativos da legenda, se ausentando completamente da vida partidária", diz um trecho da nota. 

Confira a nota completa do PSOL:

"A Direção Estadual do Partido Socialismo e Liberdade em Pernambuco recebeu, sem surpresa, a notícia da da saída dos ex-dirigentes Edilson Silva e Albanise Pires, Gaby Conde entre outros, do seu quadro de filiados.

Apesar de não terem comunicado formalmente as instâncias, o partido tem percebido o afastamento deste grupo político da nossa sigla, uma vez que já há alguns meses os mesmos não frequentavam mais os espaços deliberativos da legenda, se ausentando completamente da vida partidária.

O nosso partido tem um compromisso firme com a democracia interna, sendo garantido espaço a todas e todos, inclusive no processo eleitoral, no qual foi garantida a igualdade de inserção de TV de todas as figuras públicas do partido.

O PSOL cresceu consideravelmente no estado, tendo nossa candidata ao governo em 2018 recebido quase 5% dos votos válidos, além da votação recorde das Juntas Codeputadas estaduais, todas mulheres e em sua maioria negras e vem cada vez mais atraindo diversos setores dispostos a trabalhar pela reorganização do campo da esquerda.

Ao passo que respeitamos a decisão das/os que optaram por sair de nossa legenda, reafirmamos o PSOL como um dos principais instrumentos de luta e de resistência contra a reforma ultraliberal que ataca a seguridade social e beneficia o capital financeiro, combatendo todos os retrocessos que governos conservadores tentam implantar no país.

As pautas historicamente defendidas pela esquerda brasileira seguem sendo as nossas principais bandeiras. Seguimos sonhando e construindo uma sociedade mais justa, livre e igualitária."

2020

O questionamento que surgiu foi sobre possíveis candidaturas para as eleições municipais de 2020. Edilson explicou que a ideia é que o grupo debata isto coletivamente, "mas é certo que terá candidatura proporcional no Recife, o que importará em buscar um novo partido após um amplo diálogo".

Ainda segundo o ex-deputado, apesar das criticas à direção estadual, os agora ex-psolistas fazem "referência elogiosa à Direção Nacional do partido, deixando claro que o litígio é sobretudo local, mas que também há divergências de natureza política com a situação nacional do partido".

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