Daniel Coelho chama de 'hipocrisia' a posição do PSB e PT sobre Previdência

Em entrevista à Rádio Jornal, o parlamentar criticou os partidos principalmente da região Nordeste
Da editoria de Política
Publicado em 07/06/2019 às 10:01
Em entrevista à Rádio Jornal, o parlamentar criticou os partidos principalmente da região Nordeste Foto: Foto: Filipe Jordão/JC Imagem


O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Daniel Coelho, viu como "um avanço" a carta assinada governadores do Nordeste, incluindo o governador Paulo Câmara (PSB), em defesa da manutenção dos estados no texto da reforma da Previdência. Em entrevista, nesta sexta-feira (7), à Rádio Jornal, o parlamentar afirmou, contudo, que os gestores estaduais precisam alinhar o discurso de apoio à reforma com as suas bancadas na Câmara. 

"A gente provocou esse debate lá atrás quando nós fizemos essa emenda porque a gente sabia da hipocrisia do populismo irresponsável e da jogada para a plateia que estava fazendo o PT e o PSB, principalmente, aqui na região Nordeste. Esse capítulo não está encerrado", disse o pernambucano.

No documento, o gestores do Nordeste ainda se mostram contrários a pontos vitais da proposta, como a desconstitucionalização das regras de aposentadoria e o sistema de capitalização. Eles também afirmam haver divergências em relação às alterações previstas para o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e para os aposentados rurais.

"A carta foi assinada, os governadores reconhecendo e pedindo para entrar na reforma, mas, claro, para isso não virar assinatura de jacaré, para não virar bilhetinho falso tem que ter uma reflexão nas bancadas desses governadores. Paulo Câmara assinar e o deputado Danilo Cabral, João Campos e o deputado Tadeu Alencar votando contra a reforma é uma verdadeira piada. Aí fica mais escancarada ainda a falta de compromisso com a verdade sobre o tema", disparou Coelho. O pernambucano também foi autor da emenda para Estado e municípios do projeto, o deputado aproveitou para alfinetar Paulo Câmara e os deputados do PSB.

A carta é assinada pelos governadores de Alagoas, Renan Filho (MDB), da Bahia, Rui Costa (PT), Ceará, Camilo Santana (PT), do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), da Paraíba, João Azevêdo (PSB), de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), do Piauí, Wellington Dias (PT), do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD).

O que os governadores querem

No documento, os governadores nordestinos reconhecem a necessidade das reformas da Previdência, tributária, política e a revisão do pacto federativo e criticam o que chamam de divisionismo que "tem acirrado os ânimo e paralisado a nação".

Eles também argumentam que as mudanças no BPC e na aposentadoria rural, especialmente no Nordeste, precisam de maior atenção e proteção do setor público. Para os governadores a desconstitucionalização da Previdência acarretará "em incertezas para o trabalhador" e dizem que o sistema de capitalização não foi exitoso em outros países. "Além de outras alterações que, ao contrário de sanear o déficit previdenciário, aumentam as despesas futuras não previstas atuarialmente", diz o texto.

Os governadores defendem ainda a manutenção dos Estados na proposta e a previsão de tratamentos diferenciados para outras categorias profissionais "representam o abandono da questão previdenciária à própria sorte, como se o problema não fosse de todo o Brasil e de todos os brasileiros", dizem.

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