A manifestação a favor do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, reuniu milhares de pessoas na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, neste domingo (30). O ato, que teve início às 14h, além de apoio ao ministro, levantou bandeira em favor da Reforma da Previdência, Operação Lava Jato e o pacote anticrime. Além do Recife, outras 150 cidades registraram atos semelhantes em apoio ao ex-juiz federal. Segundo a organização, entre 10 e 15 mil pessoas participaram da manifestação. A Polícia Militar não divulgou estimativa.
Segundo Marconi Ferraz, coordenador do Movimento 'Vem Pra Rua' em Pernambuco, criticou o vazamento de supostas mensagens entre Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato. "A 'vaza jato' tem como objetivo desacreditar o ministro Sergio Moro. Nós temos receio que aconteça aqui no Brasil, o que aconteceu com a 'Operação Mãos Limpas', na Itália. [No caso] A classe política se uniu para minar as reformas de combate a corrupção. Isso é grave", alarmou o manifestante.
Wilson Gomes de Freitas, 69 anos, empunhava um cartaz que listava um balanço da operação Lava Jato. Para ele, o Governo Federal está no "caminho certo". "Quantas vezes for necessários eu vou vir para rua, para defender o governo de Bolsonaro e o Moro. Pela primeira vez, eu estou vendos as pessoas sendo punidas e antes nunca aconteceu", disse o aposentado.
Sergio Moro vem sofrendo críticas após o site The Intercept publicar supostas mensagens vazadas entre o ex-juiz e procuradores do Ministério Público Federal e integrantes da força-tarefa da Lava Jato. Com isso, a defesa do ex-presidente Lula e alguns juristas acusam Moro de interferir diretamente no processo de condenação do ex-presidente, não cumprindo o princípio da imparcialidade.
Ausentes nas recentes manifestações em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PSL), no fim de maio, os grupos Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, que lideraram os movimentos de rua pelo impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, vão participar das manifestações deste domingo (30) e afirmam que querem mobilizar o mesmo público entusiasta da Lava Jato que foi às ruas contra o PT e as denúncias de corrupção que atingiram o partido em 2015.
No Rio de Janeiro, um tumulto entre manifestantes e membros do MBL teve que ser contido pela polícia. Apesar de rapidamente solucionado, o clima contra o MBL é tenso e eleitores do Bolsonaro que não fazem parte do movimento fazem questão de gritar "traidores" e "vendidos" ao passar pelos carros de som patrocinados pelo movimento antes liderado pelo hoje deputado federal Kim Kataguiri.