Atualizada às 14h31
Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira (04), a prefeita de Camaragibe em exercício há duas semanas, Nadegi Queiroz (DC), informou que dos 3.202 funcionários da Casa, 410 já foram exonerados pela atual gestão, sendo 260 de cargos comissionados e 150 contratados. Segundo a gestora, esses trabalhadores desligados não foram encontrados pelas suas gerencias, ou seja, seriam funcionários fantasmas. A saída desses funcionários trará uma economia de R$ 1 milhão para os cofres da cidade.
Ainda segundo Nadegi, o número de exonerações pode aumentar já que a auditoria realizada pela nova gestão declarou que além dos 410, 240 trabalhadores não foram localizados pelas suas gerências. "Tenho certeza que mais pessoas vão sair", disse.
Sobre o saldo bancário encontrado no cofre público após a saída do prefeito afastado Demóstenes Meira (PTB), a atual gestão apresentou uma quantia de R$ 3,8 milhões. Entretanto, apenas a 1ª parcela do 13º salário dos servidores camaragibenses, equivale a quase todo o valor, sendo R$ 2,8 milhões.
"A gente não pode deixar de pagar os servidores, não pode deixar de pagar as pessoas que estão prestando um serviço a cidade. Tem que ser pago. Esse ano quando nós chegamos, na conta do 13º, só tinha 146 reais. Não tinha 2 milhões para pagar os servidores. Se a gente colocar datas, seremos duramente responsáveis", disse a gestora.
Contudo, a Lei Trabalhista nº 4.090/62 alerta que a primeira parcela do 13º dos servidores de qualquer município brasileiro deve ser pago até o dia 30 de novembro. Ou seja, a Prefeitura de Camaragibe ainda se encontra no prazo.
Meira foi preso pela Polícia Civil no último dia 20 sobre as acusações de organização criminosa, fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro.
No documento fornecido ao JC, a Prefeitura declarou que algumas dívidas ainda estão pendentes. Ao todo, o valor chega a R$ 11,8 milhões.
"Nós temos uma folha de pagamento alta, no valor de R$13,3 milhões, em uma cidade que arrecada R$ 17 milhões ao mês. Estamos com débito na Celpe, com fornecedores e com aluguéis. Tem aluguel que a gente está devendo entre quatro e cinco meses. Tem fornecedor que a gente deve cerca de R$ 600 mil reais, especialmente na área da saúde", explicou Nadegi.
Entre os setores atrasados está a diferença na folha de junho deste ano, que chega ao valor de R$ 6,1 milhões; o Fundo Previdenciário do Município de Camaragibe (Funprecam), no valor de R$ 677 mil; a diferença de encargos do mês do último mês de junho, que ficou no valor de R$ 1,7 milhões; empréstimos a bancos na quantia de R$ 147 mil; empréstimos a sindicatos no valor de R$ 60 mil; a primeira parcela do 13º salário dos servidores, que ficou no valor de R$ 2,8 milhões; e por fim, o vale transporte dos funcionários da Prefeitura, que chegou ao valor de R$ 200 mil.
A atual gestão aproveitou as últimas duas semanas para realizar as primeiras ações no município. A maior preocupação seria as mortes que houveram com o deslizamento de barreiras nas últimas chuvas. Em Camaragibe foram registrados cinco mortes na época.
A segunda ação seria nos postos de saúde e hospitais da cidade. Segundo o documento, o reabastecimento de medicamentos nos postos de Camaragibe e que "a situação será normalizada em um prazo máximo de 08 (oito) dias".
"A grande preocupação foram as mortes que aconteceram. Restruturamos a equipe da defesa civil, relocação de lonas nos morros. Primeira ação é na defesa civil. A segunda ação será nos hospitais. Iremos contratar mais médicos, mais remédios, que não falte remédios na nossa maternidade. A preocupação primeiro é que se estabilize", afirmou Nadegi.