A prefeita em exercício de Camaragibe, Nadegi Queiroz (DC), pré-candidata para as eleições de 2020 no município, tem evitado o combate direto com possíveis adversários de urna. Em entrevista à Rádio Transamérica na tarde da última segunda-feira (7), a gestora afirmou estar focada na administração da cidade, não teceu críticas a oponentes e fez questão de ressaltar alinhamento com prefeituráveis aliados.
Questionada sobre sua relação com o ex-deputado estadual Beto Accioly (PP), também pré-candidato, Nadegi classificou como “legítima” a sua postulação ao cargo. “Beto Accioly é nosso parceiro, eu estive com ele durante toda a campanha (à reeleição como deputado), a gente foi para a rua, lutou, mas infelizmente ele não teve êxito. O convidei para participar do governo, mas ele tomou a decisão de permanecer onde está, na Prefeitura do Recife. É legítimo que ele, que já foi deputado, já foi vereador, hoje queira ser prefeito, assim como outras lideranças. Eu acredito que lá na frente a coisa vai afunilar e aí a gente senta e discute o que é melhor para a cidade”, declarou.
Além de Accioly e da própria Nadegi, nomes como os do ex-vice-prefeito João Bosco (PMN) e o do vereador Toninho Rodrigues (PTB) também são cotados para concorrer ao pleito do próximo ano em Camaragibe. Ligada ao PSB do governador Paulo Câmara, possivelmente Nadegi enfrentará um socialista na disputa, o deputado estadual Paulo Dutra, que assumiu recentemente o comando do PSB no município. Cautelosa, a prefeita afirmou não ver problemas com a possível candidatura do parlamentar e se disse aberta a estreitar relações com os socialistas.
“Eu e o Paulo Dutra temos uma relação muito boa, ele é morador de Aldeia e sempre busca maneiras de ajudar o município. Como a gente já tem uma relação institucional, eu me coloco à disposição para tentar ampliar a relação com o PSB, pois eu não tenho ligação partidária no momento com nenhum partido que não seja o meu”, cravou Nadegi.
Nesta terça-feira (8), o relatório do processo de impeachment contra o prefeito Demóstenes Meira será lido na Câmara de Vereadores de Camaragibe, segundo o presidente da Casa e relator do processo, Toninho Rodrigues. Nesta sessão, após a leitura do texto, os parlamentares votarão se a proposta de cassação deve ou não prosseguir.
“Para que o processo tenha continuidade, basta que a maioria simples dos 13 vereadores vote a favor do prosseguimento. Se isso ocorrer, depois haverá sessões especiais para que possamos ouvir testemunhas de defesa e o próprio prefeito. O afastamento ocorrerá, por sua vez, se após esse rito 2/3 dos parlamentares decidirem por isso”, explicou Toninho.
Demóstenes Meira foi preso no dia 21 de junho deste ano suspeito de participação nas práticas de organização criminosa, fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro. Um processo de impeachment já havia sido aberto contra ele anteriormente – para investigar sua conduta quando convocou servidores comissionados para participarem de uma prévia carnavalesca –, mas a Justiça suspendeu o processo.
Em agosto, após a prisão do chefe do Executivo, a Câmara de Camaragibe iniciou um novo procedimento de afastamento de Meira, baseando-se agora nas acusações da Polícia Civil contra o petebista.