O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), cumpre agenda em Brasília nesta quinta-feira (31). O primeiro compromisso, às 10h, será com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e às 18h, haverá uma reunião com o ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto. O chefe do Executivo Estadual pretende cobrar retorno sobre algumas pautas já apresentadas ao Governo Federal, a respeito de obras que precisam andar com mais celeridade.
Entre as pautas está a viabilidade dos recursos para a conclusão da primeira etapa da Adutora do Agreste - projeto hídrico que irá integrar 68 municípios pernambucanos com o Rio São Francisco, sendo a primeira etapa responsável por contemplar 23 cidades - que está orçada em R$ 1,39 bilhão. A retomada das obras da Transposição do Rio São Francisco, onde já foram investidos mais de R$ 10,6 bilhões para a construção dos Eixos Leste e Norte, mas que precisam da conclusão dos Ramais Complementares, e as obras da Ferrovia Transnordestina também serão tratados.
Especificamente com o ministro Canuto, o governador espera obter respostas sobre ações do Governo Federal em relação ao vazamento de óleo que tem atingido o Litoral do Estado. Na última terça-feira (22), eles estiveram reunidos no Palácio do Campo das Princesas, e o ministro fez algumas sinalizações. “Conversamos sobre a capacidade de darmos respostas mais rápidas a cada movimento que possa ocorrer nas nossas praias e sobre como podemos avançar no planejamento para o futuro, nos ajustando para possíveis danos que possam vir a ocorrer. Hoje, estamos com uma situação de limpeza bem avançada das praias, mas é preciso uma segunda etapa, que é a de limpeza final. Ações de prevenção são fundamentais e o ministro Gustavo Canuto nos garantiu que, independentemente de situação de emergência, a questão da prevenção será conveniada com o Governo Federal”, afirmou Paulo Câmara, na ocasião.
Ao classificar o vazamento como o “maior acidente ambiental da história do Brasil”, o governador tem cobrado ações efetivas da esfera federal, principalmente um plano de contingência. Em outro momento, ele declarou que o Governo de Bolsonaro estava tratando o óleo das praias de forma “improvisada”.
O Consórcio Nordeste, formado pelos nove governadores da região, divulgou nesta quarta-feira (30) uma carta reforçando a gravidade das manchas de óleo e pedindo a implantação do Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição. “Papel fundamental nessa arquitetura de combate a tal crime deve ser cumprido pelo CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, que até o momento não se reuniu nem fora convocado”, criticou a nota. “Exige-se, portanto, que o CONAMA se reúna em caráter extraordinário e de urgência, dada a delicada situação do país”, conclui.
O grupo de gestores também faz um alerta sobre a orientação de municípios e estados na destinação adequada dos resíduos coletados para evitar contaminação posterior. Além disso, eles explicam que foi criado um grupo de trabalho para acompanhamento permanente deste desastre ambiental.