A vice-líder do PT na Câmara, a deputada federa Marília Arraes (PE) comentou na noite desta quinta-feira a decisão do STF que derruba a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, medida considerada um dos pilares da Operação Lava Jato. A decisão poderá soltar Lula, preso desde 7 de abril de 2018. A defesa do ex-presidente entrará com um pedido de soltura nesta sexta-feira (8).
“A gente vê que o STF está resgatando a posição histórica de resguardar a Constituição, e até de enfrentar interesses do governo. Aconteceu no governo militar e agora o STF faz cumprir a Constituição, mantendo o entendimento de prisão só após o processo ter transitado em julgado.”
Marília disse que não tem previsão de ir a Curitiba, onde os petistas já planejam uma grande festa para o momento em que Lula sair da carceragem da PF, onde está preso há mais de um ano. “Estou aguardando a orientação da bancada. Não é um resultado que vai surtir efeito automaticamente. Vamos esperar quais serão os próximos passos.”
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai apresentar pedido de imediata soltura ainda nesta sexta-feira (8), mas a deputada está cética com relação ao tempo para a efetiva saída do ex-presidente da prisão. “A gente não sabe a resposta do lado de lá. Está claro que Lula é preso político e a Justiça não é imparcial, estamos diante de uma lawfare (uso estratégico do Direito para fins de perseguição política). A gente não sabe qual será a resposta dos adversários que usam a Justiça para enfraquecer a própria Justiça”, disse.
A deputada também disse que não tem como prever se Lula poderia participar de sua festa que acontecerá no próximo final de semana no Recife, o Festival Lula Livre. “Não tem como prever, até porque caso a gente consiga a liberdade o mais rápido possível, não sabemos quais serão as tarefas e as prioridades dele”, afirmou.