Quando a violência começou a aumentar vertiginosamente, gestores estaduais reclamavam que precisavam de ajuda do Governo Federal e apoio dos prefeitos para tentar reverter a situação. Apesar de a responsabilidade constitucional ser dos Estados, governadores alegavam que os crimes aconteciam dentro das cidades e os prefeitos não podiam apenas cobrar e fingir que não tinham nada a ver com aquilo.
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Pois bem, esqueça a violência e pense no Metrô. É verdade que a gestão do Metrô é federal, é verdade que ele depende de verbas da União para funcionar. Mas, ele passa por onde? Ele carrega passageiros de onde? São pernambucanos que estão lá todos os dias, pagando passagens que aumentam todo mês e agora, entende-se, correndo risco de morte como rotina.
O governador e os prefeitos da Região Metropolitana vão apenas cobrar e fingir que não têm nada a ver com isso? Não parece justo que, logo após o acidente, personagens políticos corram às redes sociais, como fez João Campos (PSB), para “lamentar o acidente” e deixar claro que o metrô é responsabilidade do Governo Federal. É a mesma atitude dos prefeitos lá atrás.
Se o Governo acredita que pode fazer melhor, que tal assumir a gestão e baixar as tarifas, já que os socialistas, agora, também resolveram reclamar do preço das passagens. Nos bastidores o que se comenta é que há grande preocupação com a conexão eleitoral que as pessoas fazem entre o transporte de qualquer tipo e as gestões locais do PSB e que, por isso, era necessário jogar o metrô "no colo de outro”.
Proibir aumento nas passagens de ônibus e reformar os terminais integrados é uma forma, inclusive, de tentar se distanciar dos problemas no setor para a eleição de outubro. Faz parte da estratégia já que, acreditam, transporte e "indústria da multa" serão os temas da oposição contra João Campos e contra o PSB. Precisa só combinar com os passageiros do metrô.