A vegana que criou "um lugar" na bicicleta

Busca por alimentação natural cresce em todo o Recife
Mariana Mesquita
Publicado em 03/05/2015 às 0:07
Busca por alimentação natural cresce em todo o Recife Foto: Bob Fabisak / JC Imagem


''Eu faço very slow food'', ri a chef de cozinha Natália Santoro, de 32 anos. Moradora de Casa Amarela, ela já atuou em restaurantes e cozinhas industriais, mas desde março criou um espaço itinerante chamado "Um lugar". Montada numa bicicleta acoplada a um guarda-sol, Natália participa de eventos variados, como as festas promovidas na Casa Astral, no Poço da Panela. "É muito bom conversar com as pessoas, trocar energias. O público sente nossa boa vontade", conta ela, que é freguesa da feira de Dois Irmãos e só trabalha com ingredientes veganos.

 

Toda quinta à noite, ela se instala na praça de Casa Forte e vende seus pasteizinhos batizados com nomes de lugares: Índia, Itália, China e Serinhaém. "Os nomes remetem à culinária e ingredientes típicos de cada lugar. O Serinhaém surgiu de forma afetiva, em homenagem à minha avó. Tem recheio de moqueca de jaca", detalha Natália, que não tem cardápio nem roteiro fixos, mas avisa para onde vai através de sua página no Facebook.

A bicicleta também foi o meio escolhido pelo fotógrafo Fernando Figueiroa para comercializar seus produtos. Estudante universitário, ele começou a vender brownies veganos na faculdade, para ajudar a pagar a mensalidade do curso. Na sequência, criou página no Facebook para divulgar “A Comilança”, título de sua pequena empresa. Ele vende hambúrguer de grão de bico e coxinha vegana, e acredita que a busca por esse tipo de alimentação tem crescido bastante nos últimos tempos. "Sou itinerante, crio meus horários de acordo com os compromissos da faculdade e os eventos da semana", explica ele. Morador de Olinda, ele frequenta as duas feiras agroecológicas da cidade para comprar vegetais e se divertir. "Gosto de ir lá de madrugada, o espaço chama gente jovem", explica. 

Enquanto Natália e Fernando pedalam em direção a seus clientes, Rafaela (da "Avena") e Chyrllene (da "Juju Vegan") começam a pensar em formas de realizar delivery. As duas atestam que 90% de seu movimento é realizado por meio de propaganda boca-a-boca e nas redes sociais, e que a aceitação por parte do público não-vegano é cada vez maior. Paralelamente, ampliam a área de atuação. A Juju Vegan vem desenvolvendo produtos voltados para pessoas com necessidades específicas, como celíacos, diabéticos e alérgicos a lactose, tendo adquirido inclusive maquinário separado para uso na cozinha. Já a Avena realiza eventos, como coffee breaks, casamentos, jantares e festas de criança, e possui uma linha de docinhos sem açúcar.

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