Por mais urgente que seja a pandemia, é muito importante que a opinião pública não se desligue das discussões que estão acontecendo para a reforma eleitoral.
Sim, nós não conseguimos fazer as reformas que o Brasil precisa, mas reforma Eleitoral tem a cada dois anos. A necessidade que os parlamentares têm de mudar a eleição a cada eleição para garantir algum tipo de manutenção de poder é ritualística.
O grupo de trabalho já teve uma primeira reunião no último dia 24/02. Entre os temas, o voto impresso, cláusula de desempenho dos partidos políticos e das coligações, atos preparatórios para as eleições, crimes eleitorais, inelegibilidade, financiamento e propaganda eleitoral.
Mudar as regras da eleição foi listado como prioridade por Arthur Lira (PP) assim que assumiu a Câmara. O partido dele, aliás, junto com outras siglas do centrão, é o maior interessado em modificar a legislação, para se fortalecer.
Além do centrão, partidos nanicos, ameaçados de desaparecer se a cláusula de desempenho não for extinta, apoiam essa ideia. A coluna já citou, aqui, o PCdoB, que não é nanico, mas corre esse risco e tem trabalhado por uma proposta que disfarce a volta das coligações: a federação.
Caso consigam aprovar um modelo que salve esses partidos sem representatividade, o Congresso estará dando um passo grande para um descrédito ainda maior do povo nas instituições.
Nos tempos em que vivemos, de ameaça à democracia, não se brinca com isso apenas para buscar manutenção de poder pessoal ou partidário.
Sem democracia, partidos não têm poder nenhum.