A personalidade de Lula (PT) para os próximos meses dirá se ele será candidato e, em caso positivo, que candidato ele será. E, sim, o petista tem muitas personalidades.
Ele pode ser o radical de 1989, ameaçando bancos e a propriedade privada, gritando contra a imprensa.
Ele pode ser o "Lula executivo de terno surrado" que se candidatou em 1994 e 1998, tentando rivalizar com o professor Fernando Henrique (PSDB), e atrair intelectuais.
> Imprensa internacional repercute anulação das condenações de Lula
> Fachin levará ao plenário do STF recurso da PGR contra decisão que anulou condenações de Lula
Ele pode ser o "Lula paz e amor", que venceu a disputa de 2002 garantindo tranquilidade ao mercado e aos bancos enquanto criava um personagem humanitário, longe da luta de classes.
Ele pode ser o Lula candidato em 2006, manobrando com partidos e líderes do Centrão, com Mensalão e tudo, num ambiente em que todos os "amigos do rei" tinham vantagens.
Ele pode ser o Lula após a prisão, que tenta fazer com que a população lembre de sua história humanitária enquanto flerta com sua origem, alimentando a luta de classes para tentar renascer, inclusive com ataques à imprensa.
A questão é que Bolsonaro incorporou muitas das personalidades que Lula criou ao longo das décadas. E as exerce atualmente com razoável competência, apesar de mostrar poucos resultados.
É incrível, considerando que são virtualmente opostos, mas Lula ser candidato, a partir de agora, depende de um se diferenciar do outro. E não será fácil.
Qual dos dois começará a ser liberal e defender a liberdade da imprensa primeiro pra parecer diferente?