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Cena Política

Por Igor Maciel
Cena Política

Caso da compra de "respiradores de porcos", no Recife, precisa ser tratado na CPI da Covid

Discussão sobre apurar ou não os atos dos governos e prefeituras se apoia em definir se responsabilidade com investigação sobre o dinheiro usado é federal ou estadual. No caso do Recife, está bem definido.

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Igor Maciel

Publicado em 24/05/2021 às 11:21 | Atualizado em 24/05/2021 às 21:27
Respiradores estavam irregulares e só haviam sido testados em porcos - DIVULGAÇÃO

Na CPI da Covid, a principal discussão para definir se os senadores devem lidar com governadores e prefeitos é entender se o dinheiro utilizado pelos estados e municípios nas ações contra a doença devem ser fiscalizados pelo governo Federal ou não.


A dúvida existe por causa de um ponto do regimento. Diz o trecho:


Art. 146. Não se admitirá comissão parlamentar de inquérito sobre matérias?pertinentes:?


I – à Câmara dos Deputados;?

II – às atribuições do Poder Judiciário;?

III – aos Estados.

Esse artigo foi utilizado para orientar o foco da CPI criada há algumas semanas. Entre os integrantes, ficou definido que governadores e prefeitos só poderiam ser questionados na CPI sobre verbas que devessem ser fiscalizadas pelo governo Federal.

>>>Dados da Operação Apneia sobre compra de respiradores pela Prefeitura do Recife serão encaminhados à CPI da Covid

Para os outros casos, é a justiça estadual quem deve apurar.

Pois bem. Desde que começou a investigação sobre o uso do dinheiro para comprar os respiradores, testados em porcos, no Recife, o trabalho foi feito pela Polícia Federal, nunca pela Polícia Civil, que é estadual.

No andamento da investigação, que contou com várias operações da Polícia Federal, os investigados, incluindo o ex-secretário de Saúde Jailson Correia, entraram com ações na Justiça tentando tirar a investigação da PF e trazer para a PC. Nunca conseguiram.

Em todas as decisões, os juízes entenderam que a investigação deveria mesmo ser feita pelo órgão federal.

Agora, o Ministério Público Federal (e não o estadual) anunciou o indiciamento de seis pessoas, incluindo o secretário da gestão do PSB, pela compra irregular dos equipamentos.

Se os senadores ainda acharem que não é motivo para acreditar que a responsabilidade de apuração é federal, difícil dizer o que os convencerá.

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