A expressão popular "olha o enterro voltando" é usada para dizer que algo, dado como acabado, ressuscitou.
Há algumas semanas, era dado como certa a aprovação do "voto impresso" no Congresso, forçando a Justiça Eleitoral a gastar mais de R$ 2 bilhões com a patetice de legitimar o discurso infundado de fraude nas urnas eletrônicas brasileiras.
Agora, o clima está completamente diferente. O apoio político que Bolsonaro e os bolsonaristas tinham para defender a proposta "derreteu". Publicamente, líderes de 11 partidos, incluindo PP e PL, da tropa de choque do presidente, declararam que são contra o projeto.
Para aprovar a mudança e obrigar a impressão de cada voto de cada eleitor na eleição de 2022, voltando aos anos 1980/1990, os bolsonaristas precisavam de 2/3 dos votos. Isso era tido como possível. Agora não é mais.
Esses 11 partidos que marcaram posição contra a impressão do voto somam 326 dos 513 deputados.
Então, dependendo do nível de "traição", o texto pode não ter chance de passar.
Mesmo que passe, chegando ao Senado, seria outra batalha. Lá, esses 11 partidos têm 55 dos 81 senadores.
Fecharam posição contra o voto impresso: DEM, MDB, PSDB, PP, PSD, PSL, Avante, Republicanos, Solidariedade, Cidadania e PL.
E, nessa conta, ainda nem está a oposição à esquerda.