Pouca gente sabe, mas o secretário estadual da Casa Civil, José Neto, é sobrinho de Joaquim Francisco, que morreu nesta terça-feira (3). Fica mais fácil se você souber o nome completo dele: José Francisco Cavalcanti Neto.
A morte do ex-governador e ex-prefeito do Recife fez voltar à pauta o nome do sobrinho, que faz parte da equipe de Paulo Câmara, para disputar a sucessão estadual. José Neto é um dos auxiliares em quem o atual ocupante do Palácio do Campo das Princesas mais confia.
O secretário, que assumiu o cargo exatamente há dois anos, é tão competente quanto discreto e usa essa discrição para realizar um trabalho de excelência no governo, pacificando politicamente a relação da gestão Paulo Câmara (PSB) com a base de partidos que sustenta o governo.
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Desde que José Neto assumiu, os conflitos com a bancada governista na Alepe quase desapareceram. Era comum, antes, assistir espetáculos de rebeldia de alguns aliados, insatisfeitos com o tratamento que recebiam.
A maior dificuldade de interlocução acontecia porque os deputados temiam dividir seus problemas com os secretários anteriores que poderiam ser candidatos e tomar votos deles. Ao assumir, a discrição e ausência de ambição política de José Neto ajudou a tranquilizá-los.
A ironia é que essa mesma base aliada, hoje, tenta deixar claro, nos bastidores, que gostaria muito que ele (e não Geraldo Julio) fosse o candidato do PSB ao Palácio do Campo das Princesas.
Um dos argumentos utilizados é que José Neto faria um governo de transição, abrindo caminho para João Campos, quando ele tiver idade para ser governador, em 2026.
Dizem que, com Geraldo Julio, Campos terá que esperar até 2030 para ser candidato ao cargo que foi do pai e do bisavô.
Alguns líderes partidários falam sobre isso mais abertamente e outros tentam fazer chegar ao PSB esse desejo através da imprensa.
Mas José Neto, o sobrinho de Joaquim, seria o nome de consenso para eles, pela boa relação com todos.
Precisa só combinar com o PSB e com Geraldo.