Muitos socialistas ainda acreditam em Geraldo Julio (PSB) candidato ao governo para, em seguida, ouvirem as negativas públicas do ex-prefeito do Recife.
Na oposição, a maioria acredita que se trata de estratégia. Geraldo estaria incentivando os amigos a insistirem no nome dele, enquanto ele nega publicamente para, ao anunciar que é candidato, parecer que era um "desejo de todos".
Pode ser. Mas, não é tão simples assim.
O afastamento que existe entre Geraldo e o governador Paulo Câmara (PSB) é um impeditivo crucial que um jogo de cena do ex-prefeito não seria capaz de resolver.
Nos últimos meses, o distanciamento aumentou.
Por mais que os socialistas evitem falar sobre isso, as frentes de planejamento para 2022 estão divididas.
Há um grupo mais ligado ao governador e outro mais próximo do ex-prefeito.
A proximidade com Lula (PT) e o controle da máquina estadual é um trunfo de Paulo e ele tem usado isso bem.
A experiência administrativa e a maior proximidade com a família Campos é a vantagem de Geraldo.
O problema para Geraldo é que, enquanto a secretária de infraestrutura, Fernandha Batista, apontada como preferida de Câmara, percorre o estado, toda semana, lançando obras e conversando com prefeitos, o secretário de Desenvolvimento Econômico Geraldo Julio fica no Recife, em pautas isoladas, sem fazer questão de modificar a imagem de mal avaliado com a qual deixou a prefeitura.
Não tem jogo de cena que salve.