Ex-governador do Ceará e presidenciável há mais de duas décadas, Ciro Gomes (PDT) pode acabar tendo o mesmo destino que teve Túlio Gadêlha, dentro do PDT.
Ele não sobe nas pesquisas, estabilizou em menos de 10%, não ameaça a segunda colocação de Bolsonaro (sem partido) e, muito menos, a hegemonia de Lula (PT) nesses levantamentos.
O presidente pedetista, Carlos Lupi, garante que o partido vai com Ciro até o fim.
Quem o conhece bem, brinca que o "fim" de Lupi sempre depende das circunstâncias.
- Haddad é um 'bajulador eterno' de Lula, diz Ciro Gomes
- Internautas criticam Ciro Gomes por presença em ato do MBL contra Bolsonaro
- Alvo de vaias e tentativa de agressão, Ciro Gomes diz que não será intimidado
- O que dizem as centrais sindicais sobre os ataques a Ciro Gomes
- Trégua durou pouco: Ciro Gomes volta a criticar Lula
Ciro pode acabar sendo colocado de lado em nome de alguma aliança que tenha mais futuro para o partido. Não seria prática nova.
O mesmo aconteceu com o deputado federal Túlio Gadêlha no Recife.
Meses antes da eleição de 2020, Lupi esteve na capital pernambucana e garantiu que o candidato do partido seria ele, colocou-o na presidência municipal do partido, deu entrevistas, fez fotos e, na hora de definir, fez um acordo com o PSB para apoiar João Campos.
Pra completar o espetáculo, Túlio recebeu mal a decisão, tentou lançar candidato por conta própria e terminou sendo retirado da presidência local. Hoje, está de saída e pode ir para o PT ou para o PSOL.
Ciro Gomes também está acostumado a ser preterido e costuma sair dos partidos logo depois de ser rejeitado.
Ele já foi candidato a presidente em 1998, 2002 e 2018. Quis ser candidato também em 2010, quando estava no PSB, mas foi vetado por Eduardo Campos, que preferiu apoiar Dilma Rousseff (PT).
Saiu brigado com o pernambucano.
Antes disso, havia brigado com FHC.
Ciro filiou-se ao PSDB e esperava ser o candidato do presidente em 1998.
Mas, quando Fernando Henrique avisou que iria tentar a reeleição, Ciro foi para o PPS (hoje Cidadania) e virou oposição.
Foi candidato em 1998 e ficou em terceiro lugar.
Acontece que é grande a possibilidade de PSDB e a fusão de DEM e PSL (que resultou no União Brasil) lançarem uma chapa competitiva que se estabeleça como terceira via na eleição de 2022, com maiores ramificações no país e um nome que represente alguma novidade, coisa que Ciro já não é.
Carlos Lupi pode acabar sendo seduzido para antecipar o "fim" da candidatura de Ciro.
E Ciro pode ser o Túlio Gadêlha de 2022.