Raquel Lyra (PSDB) e Miguel Coelho (UB) têm seus motivos para não desistir da disputa e seguir até a urna, mesmo sendo apontados com menos perspectiva que os outros: patrimônio.
Não se trata de dinheiro, embora haja esse componente, mas de um voto regional que outros candidatos não conseguem “puxar”.
Há bolsonaristas e lulistas no Agreste e no Sertão, mas muitos decidem seu voto por estarem no Agreste ou no Sertão e não pelo candidato ser bolsonarista ou lulista.
Como exemplo pode-se apontar a posição de Anderson Ferreira (PL) até o momento. Ele não tem conseguido disparar, apesar de manter ascendência nas intenções de voto. O freio de Anderson é Miguel e Raquel.
Mesmo sendo o candidato de Bolsonaro, há uma dificuldade para conseguir o voto dos bolsonaristas que votam em Raquel e Miguel por eles serem do Agreste ou do Sertão.
Nas pesquisas, a ex-prefeita de Caruaru lidera no Agreste, à frente de Marília. O ex-prefeito de Petrolina lidera no Sertão, também à frente de Marília.
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Esse é um patrimônio de voto “duro”, difícil de mudar, que os ex-prefeitos não aceitam perder. E ambos estão corretos, desde que tenham condição de bancar a campanha.
É por causa desses votos que Raquel não cai do segundo lugar e Miguel, que se esperava derretido a essa altura nas pesquisas, resiste entre o terceiro e o quarto lugar.
Da mesma forma, há eleitores lulistas, que votam no ex-presidente petista, mas por serem do Agreste ou do Sertão, apostam nos ex-gestores de suas regiões.
Se a intensificação das propagandas vinculando Lula e Bolsonaro aos seus respectivos candidatos vai conseguir modificar isso, ainda é cedo para afirmar com certeza.
Miguel e Raquel são as chaves para os outros crescerem. Eles podem manter a votação, crescer e ir ao segundo turno ou vender caro esse patrimônio no futuro.