Segundo o Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas, publicado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o preço médio da tarifa comercializada no Brasil em 2020 foi de R$ 376,29. Esse foi o menor valor anual registrado desde o início da série histórica, iniciada em 2002. Na comparação com o mesmo período de 2019, quando a tarifa foi de R$ 439,89, o preço médio do bilhete recuou 14,5%.
De janeiro a dezembro de 2020, aproximadamente 9% das passagens aéreas foram comercializadas com tarifas abaixo de R$ 100 e 53% com valor inferior a R$ 300. As passagens acima de R$ 1.500 representaram 1,5% do total dos bilhetes vendidos. Em 2019, o percentual de bilhetes comercializados abaixo de R$ 100 representou 5,5% do total. No mesmo período, 44,3% das passagens foram vendidas por valor inferior a R$ 300.
PREÇOS
No 4º trimestre do ano, a tarifa aérea doméstica apresentou retração de 8,3% em relação ao mesmo período de 2019, sendo comercializada por R$ 412,90. O indicador teve redução em todos os trimestres do ano. No mesmo período, o preço por quilômetro voado (Yield Tarifa Aérea Médio Doméstico Real) foi de R$ 0,3001, queda de 19,5% em relação ao 4º trimestre do ano anterior.
As três empresas aéreas brasileiras com maior participação de mercado e que representaram 99,4% da demanda por transporte aéreo doméstico de passageiros, registraram redução da tarifa média doméstica, no acumulado de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A Gol teve o menor valor médio praticado em 2020, de R$ 347,58, tarifa 16,9% menor na comparação com o ano anterior. Em seguida, vieram a Latam, com valor médio de R$ 359,50, redução de 13,4%; e a Azul, com R$ 436,90, percentual 13,3% inferior aos valores praticados um ano antes.
CUSTOS
Em relação aos custos com maior impacto para as companhias, de setembro a dezembro de 2020, na comparação com os mesmos meses de 2019, o preço do combustível apresentou valores relativamente inferiores, enquanto a taxa de câmbio subiu no período. O querosene de aviação, que corresponde a cerca de 30% dos custos e despesas operacionais dos serviços de transporte aéreo prestados pelas empresas brasileiras, teve média de preço 18,6% inferior ao verificado no 4º trimestre do ano passado.
A taxa de câmbio oscilou durante o último trimestre do ano. Em outubro, o valor do câmbio era de R$5,63 /US$, passando para R$5,42/US$ em novembro e para R$ 5,15/US$ em dezembro. Na média do 4º trimestre, a taxa de câmbio foi 31,1% superior ao mesmo período de 2019. A taxa de câmbio tem forte influência nos custos de combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves, que, em conjunto, representam cerca de 50% dos custos e despesas dos serviços aéreos.
CONTEXTO
Segundo o relatório da Anac, por conta da pandemia, nos primeiros meses do ano passado, a oferta de voos diminuiu mais de 90% no transporte aéreo brasileiro. No acumulado do ano, em comparação com 2019, a oferta apresentou retração de 47% no mercado doméstico. Na comparação entre períodos, 2020 apresentou redução de 52,5% na quantidade de passageiros pagos transportados. Foi a menor quantidade apurada desde 2006.