Os direitos do consumidor, por Edilson Vieira

Consumidor

Por Edilson Vieira
PESQUISA

Fecomércio aponta que 47% dos pernambucanos pretendem comemorar a Páscoa este ano

Baixa intenção de comemoração é motivada pelo retorno das medidas de restrições e a desaceleração do setor de comércio e serviços no primeiro trimestre

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Edilson Vieira

Publicado em 24/03/2021 às 15:51
Muitos consumidores já estão em busca dos tradicionais ovos de Páscoa para se deliciar na data
Muitos consumidores já estão em busca dos tradicionais ovos de Páscoa para se deliciar na data - MARCELO APRÍGIO/JC

Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Fecomércio-PE, em parceria com o Sebrae-PE, aponta que apenas 46,9% dos pernambucanos pretendem comemorar a festividade da Páscoa em 2021. O retorno das medidas de restrições e a desaceleração do setor de comércio e serviços no primeiro trimestre contribuem para a baixa intenção geral de comemoração. No levantamento, foram realizadas 1.132 entrevistas com consumidores através de questionário, enviados por canais digitais.

“A baixa intenção de comemoração já era esperada. Ela é puxada pelo fim do auxílio emergencial, que injetou mais de R$ 16 bilhões de reais na economia pernambucana no ano passado, com a piora no desemprego, a escalada inflacionária, a lentidão do retorno do projeto de proteção de emprego e renda e com o retorno das restrições mais duras para a contenção do número de infecção da atual pandemia”, destaca o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos.

Ainda segundo o economista, o cenário atual colabora para que o desempenho do comércio seja negativo ou muito modesto nos três primeiros meses do ano, além de desincentivar o consumo em datas importantes para o calendário de consumo das famílias pernambucanas comemoradas dentro deste período, com a Páscoa.

INTENÇÃO

O levantamento aponta que menos da metade dos pernambucanos pretendem comemorar a Páscoa em 2021. No recorte por sexo, as mulheres apresentam intenção de comemoração superior aos homens, alcançando 49% enquanto 45% fazem parte do público masculino.

O percentual é inferior à intenção verificada nas datas anteriores, como Fim de Ano, Black Friday e Dias das Crianças, quando a intenção de comemoração ainda conseguiu ultrapassar os 50%. Por ser a primeira pesquisa de sondagem de opinião para a data, não é possível o comparativo com os percentuais dos mesmos períodos dos anos anteriores.

Ao contrário do observado nas pesquisas anteriores, o resultado do recorte por grupos de idade apresentou que a maioria da população acima de 60 anos ou mais, optou pela comemoração. “Essa divergência pode estar atrelada a configuração atual da pandemia, já que parte dos mais idosos já receberam a vacinação e estão mais seguros. Além disso, a Páscoa é uma festa mais tradicional e religiosa, puxando um apelo maior para as faixas de idades mais avançadas”, afirma Ramos.

A maioria da intenção também foi observada no recorte das famílias com rendimento superior a 10 salários-mínimos, aproximadamente, 67% informaram que vão comemorar a data. Em contrapartida, 46% das famílias com renda entre 1 e 2 salários-mínimos pretendem comemorar a Páscoa.

TRADIÇÃO

A comemoração em casa é  intenção de 74% dos entrevistados que não vão deixar a Páscoa passar em branco nesse ano. Em seguida, os presentes para amigos e parentes e as compras pessoais foram apontados como forma de comemoração por 12,9% e 9,8%, respectivamente. Por fim, 3,4% dos pernambucanos escolheram as viagens e as idas a restaurantes e bares como comemoração.

O tipo de produto mais apontado para consumo na Páscoa foi o ovo de Páscoa artesanal e caseiro (21,8%), seguido da caixa de chocolate (21,3%), da barra de chocolate industrializada (18,3%) e dos ovos de Páscoa industrializados. O tradicional consumo de vinho e das outras bebidas alcóolicas durante a festividade alcançou 7,9%. O valor médio de gasto será de R$ 50,00 até R$ 100,00.

“O primeiro colocado reflete o consumo mais ligados a microempreendedores locais, onde a produção artesanal somada ao atual momento de isolamento social, incentiva o consumo de produtos e serviços mais do entorno”, explica o economista da Fecomércio-PE.

LOCKDOWN

Para os entrevistados que não pretendem comemorar a Páscoa em 2021, o motivo mais apontado voltou a ser a adesão ao isolamento social, com 28,8% das respostas. “Esse dado reflete o aumento do comportamento mais conservador das famílias em relação ao nível de exposição e o risco de infecção da Covid-19. As outras duas razões para não comemoração mais apontadas refletem a crise econômica desdobrada do momento de pandemia, com a falta de dinheiro e o elevado preço dos produtos ganhando citação relevante pelas pessoas participantes da pesquisa”, finaliza Ramos.

 

 

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