Donos de escolas de Pernambuco esperam que calendário de retorno gradual das aulas saia segunda

Governo estadual deve se pronunciar na próxima segunda-feira (14) em relação à suspensão ou manutenção da proibição de aulas presenciais na educação básica em Pernambuco
Margarida Azevedo
Publicado em 11/09/2020 às 7:16
Governo anunciou apenas a liberação de aulas no arquipélago de Fernando de Noronha, a partir de 22 de setembro, e de forma gradual Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


Somente na próxima segunda-feira (14) o governo estadual deve se pronunciar em relação à suspensão ou manutenção da proibição de aulas presenciais na educação básica em Pernambuco. Decreto que mantem as escolas fechadas, por causa da covid-19, expira terça-feira (15). Havia uma expectativa, por parte de donos de escolas, professores e pais de estudantes, que o Executivo estadual detalhasse ontem o assunto."Esperamos, com otimismo, que segunda-feira seja apresentado um cronograma de retorno das aulas presenciais, com volta gradativa, como foi sugerido”, diz o presidente do sindicato das escolas privadas, José Ricardo Diniz. 

Ontem, o governo anunciou apenas a liberação de aulas no arquipélago de Fernando de Noronha, a partir de 22 de setembro, e de forma gradual. A ilha só tem uma escola e uma creche, ambas vinculadas à rede estadual, somando 619 alunos. Toda a educação básica no Estado reúne cerca de 2,3 milhões de estudantes, em colégios públicos e privados.

O fechamento dos estabelecimentos de ensino foi determinado em Pernambuco a partir de 18 de março, ou seja, há quase seis meses. "Vamos aguardar o pronunciamento do governo. Estamos na firme crença de que será apresentado um cronograma de retorno às atividades presenciais. Continuamos mobilizados e esperamos que prevaleçam o equilíbrio e a razão", comentou o presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Estado, José Ricardo Diniz. Na semana passada, representantes da rede privada realizaram um protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no Recife, para cobrar um posicionamento sobre as datas de retomada. No mesmo dia, o governador Paulo Câmara afirmou que não era o momento ainda de reabrir as unidades de ensino.

Em Noronha, a autorização para o reabertura das escolas se deu porque, segundo o governo, não há transmissão comunitária da covid-19 desde o fim de abril. Os primeiros a voltarem ao ensino presencial serão os 402 estudantes da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (Erem) Arquipélago Fernando de Noronha, a partir do dia 22. Nessa data, voltam os alunos do ensino médio. Na terça-feira seguinte, 29, serão os dos anos finais do ensino fundamental. E por último, em 6 de outubro, os estudantes das séries iniciais do fundamental.

Para os 217 alunos da creche, o Centro Integrado de Educação Infantil (Ciei) Bem-Me-Quer, a liberação ocorre a partir de 13 de outubro. Nessa data vão comparecer as crianças da educação infantil. Uma semana depois, em 20 de outubro, retornarão as do berçário. O retorno será sempre às terças-feiras. "Aproveitamos essa sugestão das escolas privadas. Como as aulas começam muito cedo, abrem às 7h, para que haja uma preparação no dia anterior, é melhor iniciar o retorno às terças. Se fosse na segunda, a escola estaria fechada no dia anterior por ser fim de semana", explica o secretário de Educação de Pernambuco, Frederico Amancio.

A experiência no arquipélago pode servir de teste para o restante do Estado, no que diz respeito ao cumprimento dos protocolos, já que provavelmente lá serão as primeiras escolas a voltarem com o ensino presencial. "O retorno das aulas presenciais na ilha será acompanhado com especial atenção, pois nos ajudará a compreender ainda mais o processo", diz Fred Amancio. "Liberamos as aulas presenciais em Noronha porque verificamos que não há transmissão comunitária na ilha desde abril”, explica.

Também ontem o governo do Estado autorizou o retorno, a partir da próxima quarta-feira (16), das aulas práticas para os estudantes dos cursos técnicos de nível médio. Mas mesmo com a liberação, a Secretaria de Educação de Pernambuco decidiu que os 53 mil alunos da rede estadual matriculados nas 46 escolas técnicas só voltarão presencialmente quando o restante da rede retornar.

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