Atualizada às 15h18
Professores da rede particular de Pernambuco decidiram aprovar o estado de greve porque são contrários ao retorno das aulas presenciais, previstas para começar no dia 6 de outubro. Eles temem que a reabertura das unidades de ensino provoque a contaminação pela covid-19. A decisão foi tomada durante assembleia virtual realizada na manhã desta quarta-feira (30).
Segundo o sindicato da categoria, cerca de 200 docentes participaram. Desse universo, 95% aprovaram o estado de greve. Em todo o Estado há aproximadamente 28 mil professores atuando em 2.400 escolas privadas. As primeiras turmas a voltarem serão as do 3º ano do ensino médio, a partir de 6 de outubro.
"Além do estado de greve, vamos entrar com ação na Justiça para tentar barrar a reabertura das escolas para o ensino presencial. Entendemos que a pandemia da covid-19 não está controlada em Pernambuco, o que põe em risco professores, alunos e funcionários das escolas, públicas e privadas", afirmou o presidente do Sindicato dos Professores de Pernambuco, Helmilton Bezerra.
Na assembleia, foram aprovadas também fiscalização nas escolas e ações junto aos órgãos de controle. A reunião virtual começou por volta das 10h e acabou às 12h30.
Na prática, o estado de greve não significa a paralisação das atividades docentes. Para que os profissionais suspendam o trabalho é preciso aprovar, em outra assembleia, a decretação da greve e em seguida a deflagração do movimento.
Segundo Helmilton, não está prevista por enquanto uma nova rodada entre a categoria. O sindicato docente vai comunicar a decisão do estado de greve ao sindicato dos donos de escolas privadas de Pernambuco.
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE) afirmou, em entrevista ao JC, que vê a decisão dos professores dentro da ordem democrática, mas, que é válido lembrar que em julho foi celebrada, entre as duas partes, uma convenção coletiva de trabalho, que previa o retorno das aulas.
"O acordo, que passou a ter força de lei entre as duas categorias, prevê em cláusulas todo o período da pandemia e mais o retorno presencial híbrido do ensino. Esperamos que o que foi mantido seja construído e respeitado", declarou José Ricardo Diniz, presidente do Sinepe-PE.
O sindicato afirmou, ainda, que no momento não pretende entrar com nenhuma ação judicial, mas que segue atento para caso de a qualquer momento que a gente precise judicializar qualquer manifestação.
A partir das 14h, começa a assembleia dos professores da rede estadual. Desde a última quinta-feira (24) eles estão em estado de greve. A direção do Sintepe, que representa a categoria, vai defender a decretação da paralisação. Houve duas rodadas de negociação entre governo estadual e Sintepe, no início da semana, sem resultar em acordo.