O Exame Nacional do Ensino Médio 2020 terminou neste domingo (24) com o maior índice de abstenção já registrado desde a criação da avaliação, em 1998. A taxa de faltas ficou em 55,3%, valor um pouco maior que o registrado no primeiro dia do exame, na semana passada, quando 51,1% dos candidatos não compareceram. A avaliação seria em novembro passado, mas por causa da pandemia de covid-19 foi adiada para este mês.
Pela primeira vez, o número total de faltas é maior do que o de presença. Foram 3.052.633 pessoas que desistiram do exame. Outras 2.470.396 responderam os testes de matemática e ciências da natureza, aplicados neste domingo.
- O Enem e os milhares de sonhos por trás do exame
- Medo do vírus, trabalho e falta de aula: as faces da abstenção recorde do Enem
- Encerradas as provas do Enem 2020, expectativa agora é pelas notas, previstas para março
- UFPE retoma o primeiro semestre letivo de 2020, nesta segunda-feira, com ensino híbrido
- Para quase 100 mil jovens, maratona do Enem ainda vai começar com provas digitais
Em Pernambuco o índice de abstenção também cresceu. Neste domingo, ficou em 52,2%. No primeiro dia do Enem era 48,4%. Dos 312.891 inscritos, 163.334 não responderam as provas. Os gabaritos das quatro provas objetivas serão divulgados na próxima quarta-feira (27). Já as notas individuais devem ser liberadas em 29 de março.
O Enem existe desde 1998, mas somente em 2009 passou a valer como ingresso para universidades públicas. Foi neste ano que a nota da avaliação passou a ser usada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma online criada e coordenada pelo Ministério da Educação, também naquele ano, que substitui o vestibular.
Segundo o MEC, a maior abstenção do Enem antes tinha sido justamente em 2009, quando o índice chegou a 37%.
SEM INCIDENTES
Os números foram apresentados na noite deste domingo pelo presidente do Inep, Alexandre Lopes. Ele afirmou que, ainda que a abstenção tenha sido alta, a aplicação foi satisfatória. Ressaltou que não houve incidentes no segundo domingo de provas.
Diferentemente da semana passada, "não houve candidatos que não puderam fazer a prova por lotação nas salas", destacou. No primeiro domingo estudantes foram barrados quando já estavam nos locais de prova por superlotação das classes.
Segundo o presidente do Inep, os episódios de estudantes impedidos ocorreram em 11 cidades de 37 escolas pelo País, mas não voltaram a se repetir neste domingo.