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Enem e Educação

Por Mirella Araújo e equipe
COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

Em greve há uma semana, professores da rede estadual de Pernambuco realizam assembleia para avaliar paralisação

Categoria vai avaliar se permanece com a greve ou acaba o movimento. Assembleia será virtual, nesta terça-feira. Direção do Sintepe defende a manutenção da paralisação

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Margarida Azevedo

Publicado em 26/04/2021 às 17:55 | Atualizado em 26/04/2021 às 18:29
Na última sexta-feira (23), Sintepe realizou carreata pelas ruas do Recife para chamar a atenção da sociedade sobre a greve em defesa da vida - Agência JCMazella/ Divulgação

Atualizada às 18h30

Em greve há oito dias, professores da rede estadual de Pernambuco realizam assembleia geral, nesta terça-feira (27), para avaliar o movimento. A paralisação começou segunda-feira da semana passada, no dia 19. Os docentes são contrários às aulas presenciais neste momento da pandemia de covid-19 por entenderem que a reabertura das escolas coloca a vida da comunidade escolar em risco. A categoria mantêm as atividades remotas. A reunião será virtual, a partir das 9h.

A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) vai defender a continuação da greve. "A ideia da direção é reforçar a luta e manter a greve. Mas a categoria é que decide. Vamos avaliar a paralisação durante a assembleia", destaca a presidente do Sintepe, Valéria Silva. A rede estadual tem cerca de 33 mil docentes, segundo a Secretaria de Educação de Pernambuco.

A paralisação dos professores foi decretada ilegal pela Justiça, que estipulou multa de R$ 200 mil por dia de descuprimento. Considerando que são oito dias de greve, até essa segunda-feira (26), a dívida do Sintepe já soma R$ 1,6 milhão.

"Não podemos nos intimidar por causa dessa multa. Já esperávamos que o governo entrasse na Justiça, como fez outras vezes. Infelizmente a Justiça não nos ouviu. Recorremos da decisão no TJPE e no STF. Estamos aguardando", explica Valéria. Ela não quis dar um balanço da adesão dos professores à greve, mas avalia que a participação da categoria tem sido boa.

Nas escolas estaduais, o retorno das aulas presencias definido pelo governo começa no dia 19 com turmas da educação infantil, 1º ao 5º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. Nesta segunda (26) voltaram os estudantes dos 8º e 9º anos do ensino fundamental e do 2º ano do ensino médio. Na semana que vem, em 3 de maio, a autorização é para as 6ª e 7ª séries do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio.

PAUTA

"Não dá para voltar ao ensino presencial. O número de mortes no Brasil provocadas pela covid-19 este ano, de janeiro até agora, é maior que o do ano passado todo. Estamos preocupados com a vida dos nossos colegas, de todos os trabalhadores da educação e dos estudantes. O índice de contaminação tem aumentado entre os jovens. Temos compromisso com a educação e mantemos as aulas remotas", ressalta Valéria.

Estava prevista uma rodada de negociação nesta terça-feira entre a Secretaria de Educação e o Sintepe para discutir a pauta da campanha salarial deste ano, mas segundo Valéria foi suspensa pelo governo por causa da greve.

"Precisamos de investimentos do governo para que tenhamos condições de manter o ensino remoto. Os professores estão se esforçando, gastando do próprio bolso com equipamentos, comprando celular, computador, pagando internet de qualidade. Existe o Conecta aí, com pacote de dados, mas não resolve. O Estado precisa apoiar a categoria", diz Valéria.

Outro ponto reivindicado pelo Sintepe é a normatização do trabalho remoto. "Acontece de professores atenderem os alunos a qualquer hora, fora do horário de trabalho. É preciso organizar a carga horária", afirma a presidente do sindicato docente.

BALANÇO

Segundo a Secretaria Estadual de Educação,  a participação da greve dos professores nesta segunda-feira (26) se manteve em 12%. "Nesta segunda-feira, dia que marcou o retorno das aulas presenciais da rede do 2º Ano do Ensino Médio e do Fundamental Anos Finais (9º e 8º Anos), 88% dos professores da rede estiveram em sala de aula", informa o órgão, por meio de nota.

"Em relação aos estudantes do 3º e 2º anos do Ensino Médio, o percentual nesta segunda-feira (26) se manteve igual ao da semana passada: 51% optaram por estar em sala de aula presencial. Já sobre os estudantes do Fundamental Anos Finais (9º e 8º), que estavam há mais de 1 ano sem aula presencial nas escolas da Rede Estadual, a presença nesta segunda-feira (26) foi de 57%", explica a secretaria.

 

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