As aulas presenciais em todas as escolas, públicas e privadas, estão suspensas em pelo menos 13 das 53 cidades do Agreste pernambucano que estão com medidas restritivas mais rígidas por causa da pandemia de covid-19. A decisão de fechar as unidades de ensino partiu dos prefeitos, já que o decreto assinado pelo governador Paulo Câmara, válido até 31 de maio e que engloba a 4ª e a 5ª Regionais de Saúde (com sedes em Caruaru e Garanhuns, respectivamente), não restringe o funcionamento dos colégios.
Garanhuns, Saloá, Angelim, Bom Conselho, São João, Brejão, Caetés, Capoeiras, São Bento do Una, Lajedo, Lagoa do Ouro, Correntes e Calçados são as cidades que por decretos municipais decidiram interromper as atividades nas escolas, segundo a Secretaria Estadual de Educação. Nesses municípios há 38 escolas estaduais. Vale ressaltar que mesmo com autorização do Estado para retomada das aulas presenciais nas redes municipais, poucas prefeituras de Pernambuco reabriram as escolas.
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"O crescimento dos casos de covid-19 no Agreste é preocupante e alerta para a necessidade das redes municipais que voltaram ou planejam voltar com as atividades pedagógicas presenciais de monitorar de perto a realidade da região e do município, buscando ouvir os profissionais de saúde acerca da real situação da doença", destaca o presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Pernambuco (Undime) e secretário de Educação de Belém de Maria, Natanael Silva. "Mesmo cumprindo com os protocolos sanitários, é temerário o retorno as aulas presenciais no momento em que vivemos o pico da pandemia e sem a vacinação dos professores e profissionais da educação", observa Natanael.
AVALIAÇÃO
A Undime está realizando uma pesquisa para saber quais cidades de Pernambuco retomaram as aulas presenciais nas redes municipais. O levantamento deve ficar pronto semana que vem. Recife é um dos municípios que permanece apenas com atividades remotas. Jaboatão anunciou que só volta em agosto. Em Olinda, a prefeitura pretende reabrir os colégios somente quando todo os profissionais da educação estiverem vacinados contra a covid-19.
Cupira, no Agreste, foi uma das poucas cidades pernambucanas a retomar o ensino presencial no dia 26 de abril, data liberada pelo governo estadual para reabetura das unidades municipais. Segundo a secretária de Educação, Josefa Santos, 80% dos alunos do ensino fundamental estão frequentando presencialmente, em dias alternados. O formato híbrido foi mantido porque 20% das famílias optaram por manter seus filhos em casa. Também porque como há rodízio era preciso ofertar as atividades remotas.
Diante do aumento de casos no Agreste, Josefa informa que na próxima semana a gestão municipal, em conjunto com Ministério Público, pais e gestores, vai decidir se mantem as escolas abertas ou vai fechá-las. "Não temos focos da doença em nossas escolas e o protocolo está sendo cumprido. Mas vamos avaliar a situação da pandemia na região para decidir", explica Josefa. A rede municipal de Cupira tem cerca de 4 mil alunos, 19 escolas, três creches e entre 250 e 300 professores.