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Por Mirella Araújo e equipe
COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

Às vésperas do início do ano letivo e com aumento de casos de covid-19, Bolsonaro critica escolas que vão exigir vacinação dos alunos

Maioria das escolas públicas e privadas do País começa o ano letivo nesta primeira semana de fevereiro. Em Pernambuco unidades não planejam exigir vacinação dos estudantes

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Estadão Conteúdo, Margarida Azevedo

Publicado em 31/01/2022 às 17:50 | Atualizado em 31/01/2022 às 18:08
Para a pediatria brasileira, existem justificativas éticas, epidemiológicas, sanitárias e de saúde pública para a vacinação de crianças e adolescentes - OSCAR DEL POZO/AFP
Às vésperas do início do ano letivo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, lamentou que algumas escolas estejam exigindo vacinação contra o covid-19 para permitir a volta dos alunos às aulas, argumentando que durante a pandemia não houve problemas na faixa infantil com a doença. Em Pernambuco, as aulas nos colégios privados começam nesta terça-feira (01), enquanto a rede estadual abre as unidades de ensino na quinta-feira (04). Não há previsão, no Estado, de exigir passaporte vacinal aos estudantes.
 
"Durante a pandemia, tivemos algum problema de UTI infantil? Pelo contrário, foram convertidas em UTIs para adultos. Raras foram as mortes", disse o presidente da República em entrevista à TV Record, durante visita de Bolsonaro e comitiva ao Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Segundo o Instituto Butantan, mais de 1.400 crianças entre 0 e 11 anos morreram de covid-19 no Brasil e mais de 2.400 casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) registrados.
No último sábado (29), quando o governo de Pernambuco confirmou o maior número diário de infecções pelo coronavírus desde que a pandemia começou - 6.581 pessoas infectadas - havia, nesse universo, 715 que fazem parte da faixa pediátrica, até os 19 anos, segundo análise feita pela reportagem do JC com base nos boletins epidemiológicos. Desse total, três apresentaram a forma severa da doença: a síndrome respiratória aguda grave (srag). Os demais (712 crianças e adolescentes) tiveram sintomas leves da covid-19.
 
No Estado, as redes de ensino não pretendem condicionar a frequência dos estudantes à apresentação de comprovante de vacinação, mas prometem fazer campanhas para reforçar a importância da imunização contra o coronavírus. O Estado tem cerca de 2,2 milhões de alunos na educação básica, segundo o Censo Escolar do Ministério da Educação (2020).
 

VACINAÇÃO

Em relação à vacinação, em Pernambuco, 69,17% tomaram a primeira dose e 43,08% concluíram o esquema vacinal. Já as crianças com idade a partir dos 5 anos passaram a receber a primeira dose da vacina na última quinzena. Por isso, a cobertura vacinal é ainda baixa no Estado (4,5%), segundo vacinômetro da Secretaria Estadual de Saúde . A segunda dose para esse público é dada após intervalo de dois meses se for da Pfizer e de 28 dias se for Coronavac.


CUIDADOS


A pediatra infectologista Alexsandra Costa defende a imunização das crianças e a abertura das escolas para o ensino presencial. "Um estudante não vacinado coloca em risco a vida dele, dos demais colegas e do restante das pessoas da escola. Dado da Organização Mundial de Saúde mostrou que a chance dele ser infectado é seis vezes maior em relação a um vacinado. Ele se torna um vetor de contaminação", ressalta Alexsandra.

A médica ressalta a importância de as famílias não mandarem as crianças para escola caso tenham febre, tosses, espirros ou qualquer outro sintoma relacionado ou não à covid-19. "Mesmo estando vacinada, a criança não deve ir para a aula se estiver doente", adverte Alexsandra.

"Nossas crianças ficaram muito tempo afastadas da escola. Percebemos as consequências na saúde delas, como transtornos no sono, ansiedade, depressão, hiperatividade e obesidade, por exemplo. Com o uso de máscaras apropriadas e atenção à higiene, é possível manter as aulas presenciais", diz a pediatra.

Segundo o protocolo do governo estadual, havendo o teste positivo para covid-19, a família precisa informar à instituição de ensino e o estudante deve se manter em quarentena para evitar a proliferação do vírus. A orientação do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 é de 10 dias de afastamento para casos sintomáticos e sete dias para os assintomáticos. O mesmo vale para os profissionais dos estabelecimentos de ensino.

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