Debate pelo próprio conceito é lugar de confronto de idéias. Não é lugar de candidato desenvolver seu projeto de plano de Governo. O lugar mais próximo disso são as sabatinas. Então, debate é para os candidatos mostrarem as fraquezas dos seus adversários.
Mas isso - aqui mesmo no JC - tem gente mais capacitada para falar para falar de política. Tomemos então, as questões econômicas onde em algumas coisas parece ficar bem claro as dificuldades dos candidatos de se apresentar criativos e propositivos.
Emprego? A candidata Raquel Lira (PSDB) defende seu legado em Caruaru, assim como Miguel Coelho (União Brasil) em Petrolina, mas em Governo do Estado não só eles. Mas Danilo Cabral do PSB que promete R$ 1 mil para empresa contratar empregados precisam dizer onde arranjar o dinheiro.
Claro que num debate com hora e meia, os candidatos não podem mesmo apresentar um pacote de idéias que possam ajudar entender um melhor posicionamento como candidato.
Mas a questão da Mobilidade parece ser um tema recorrente como críticas de todos os candidatos e o que Danilo Cabral (PSB) tem maior dificuldade em propor novas soluções dado que o legado nos governos do PSB em temas como BRT, navegabilidade do Rio Capibaribe e sistemas de transporte por ônibus e até mesmo o Metrô são pífios.
E mesmo Miguel Coelho - quando diz que refez todo o sistema em Petrolina - precisará dizer como vai destinar recursos bem mais expressivos do caixa do Estado, já que não é crível que a questão da tarifa se sustente apenas com a participação do passageiro.
No debate da Rádio Jornal outra questão central é a das estradas onde ficou fácil os adversários do Governo Paulo Câmara criticarem a atua gestão embora sem propostas efetivas. Essa é uma questão essencial que revela uma enorme dificuldade que Pernambuco que perdeu a capacidade de Estado em gerar projetos e ter estruturas para fiscalização permanentes devido ao sucateamento do DER-PE cuja recuperação levará anos.
O caso do DER-PE tem levado a situações como a de contratar terceirizado para fiscalizar outro terceirizado. Como está escrito no edital publicado ontem no Diario Oficial em que o Governo do Estado vai contratar uma empresa para fiscalizar a obra da PE 483 que se conecta a BR-232, uma função que deveria ser feita por órgão do Governo do Estado.
Talvez o maior ganho para o ouvinte tenha sido a oportunidade que ser informada de dificuldades que o Estado que ele observa num debate de possíveis gestores.
E de constatar o que parece ser uma fixação dos candidatos em construir hospitais, sem levar em conta os 16% que o Estado vem gastando por gerir a maior rede do Nordeste e que não tem sido suficientes párea prestação de um serviços melhor. Impressionante como todos os participantes querem construir um hospital para chamar de seu. Quando talvez fosse melhor, primeiro colocar os que existem funcionando melhor.
Mas fazer o que se todos sonham inaugurar um hospital sem saber como ele vai funcionar e que orçamento tem para isso?