Cães labradores são treinados para detectar o coronavírus através do faro

Estudo de universidade norte-americana quer ajudar a identificar o vírus de maneira não invasiva em seres humanos por meio de cachorros treinados
Priscila Miranda
Publicado em 06/05/2020 às 9:00
As cirurgias podem enfim voltarem a ser realizadas depois de parada por conta do novo coronavírus Foto: Pixabay


Amplamente usados para uma série de atividades que ajudam o ser humano - desde guia para pessoas com deficiência até detectando drogas e explosivos no trabalho da polícia - os cães agora também poderão contribuir com a ciência na luta contra o coronavírus. Uma universidade dos Estados Unidos realiza um projeto com oito labradores para treiná-los a “farejar” a covid-19.

A notícia foi destaque no jornal The Washington Post, que explica que o estudo da Universidade da Pensilvânia quer descobrir se os cachorros conseguem detectar um cheiro associado ao vírus - esses animais já conseguem identificar doenças como malária e câncer.

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Cynthia M. Otto, diretora do Working Dog Center da Escola de Medicina Veterinária da Pensilvânia, afirmou ao jornal estadunidense que a pesquisa já descobriu que os vírus têm odores específicos.

"Não sabemos se esse será o odor do vírus, por si só, ou a resposta ao vírus, ou uma combinação", afirmou a pesquisadora, que lidera o projeto. "Mas os cães não se importam com o cheiro. O que eles aprendem é que há algo diferente nessa amostra.”

A ideia do projeto é oferecer o trabalho dos cães farejadores e uma opção não invasiva em aeroportos, empresas e hospitais, por exemplo.

Em Londres, outra pesquisa também quer colocar os cães como auxiliares na detecção da Sars-CoV-2. Na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, pesquisadores já conseguiram fazer com que cães identifiquem infecções por malária em humanos. James Logan, chefe do departamento de controle de doenças da escola, chamou os caninos de "nova ferramenta de diagnóstico" que "poderiam revolucionar nossa resposta à covid-19".

O pesquisador afirmou que a equipe de pesquisa tem como objetivo inicial implantar seis cães nos aeroportos do Reino Unido.

"Cada cão poderia rastrear até 250 pessoas por hora", disse Logan ao The Washington Post. "Estamos trabalhando simultaneamente em um modelo para ampliá-lo e ele possa ser implantado em outros países nos portões de entrada, incluindo aeroportos".

De acordo com Logan, a pesquisa ainda precisa concluir se os cachorros conseguirão identificar o novo coronavírus em pessoas que estiverem se movendo ou até mesmo paradas.

O treinamento

O centro de pesquisa que treina os cães nos Estados Unidos realiza o trabalho com amostras de urina e saliva coletadas de pacientes que tiveram resultados positivos e negativos de covid-19. A recompensa para os labradores que conseguem identificar o odor é através do alimento.

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