Em busca da revolução digital no transporte público

Publicado em 22/08/2019 às 8:00
Foto: NE10


Setor de transporte público começou a acordar para a necessidade de inovação tecnológica. Fotos: NTU  

 

O setor de transporte público brasileiro começa, mesmo que ainda lentamente, a despertar para a urgência de se render à inovação tecnológica. Essa percepção foi o tema central do Seminário Nacional de Transporte Público, realizado esta semana em Brasília, pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Diante da inércia do poder público brasileiro em investir em infraestrutura e em fontes de financiamento para o transporte público, o setor começou a perceber que precisa recuperar o tempo perdido e passar a tratar o passageiro como cliente e, não mais, como usuário. E que o caminho para essa mudança é a tecnologia. Afinal, a mobilidade agora é vista como um serviço.

Reflexo dessa nova realidade foi o resultado do Coletivo, programa de inovação em mobilidade urbana da NTU que escolheu as melhores e mais inovadoras soluções para alguns dos muitos problemas do transporte público. A startup vencedora foi a paulistana OnBoard Mobility, plataforma que digitaliza o cartão de transporte, permitindo o embarque através de QRCode. A acessibilidade e a modernização do pagamento das tarifas de ônibus, por exemplo, são um dos desafios do setor em todo País, que ainda exige que o passageiro use cartões eletrônicos restritos ao sistema, sem universalidade e com custo alto de recarga online.

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Na sua primeira edição, realizada em agosto de 2019, o Coletivo recebeu 35 projetos com propostas de soluções para diversos problemas da mobilidade urbana nas cidades. Os projetos foram de vários lugares do Brasil – entre eles o Nina Mobile, do Recife, que ficou em segundo lugar no Coletivo e que foi criado para denunciar o assédio sexual no transporte público - e que se encontram em diferentes fases de desenvolvimento.

“A inovação tecnológica é um caminho sem volta. E o setor de transporte público não pode ficar de fora. Mas é preciso uma disruptura, que já está acontecendo. O Uber é um exemplo dela. Chegou, sem se preocupar com as regras, as questionou e começou a ganhar dinheiro. Depois foi se adequando às exigências. Ou o transporte coletivo faz parte dessa transformação ou vai ser atropelado por ela. Por isso o Programa Coletivo é tão importante para o setor. Os empresários de ônibus e os gestores públicos precisam ver o passageiro como um cliente e, não, como um usuário ou um passageiro, que passa. Não, ele é um cliente”, ressaltou o consultor, mentor e acelerador de startups Cileneu Nunes, que falou sobre o funcionamento da inovação.  

 

Cileneu Nunes, consultor e acelerador de startups, diz que que a inovação é um caminho sem volta

 

Atualmente, segundo dados apresentados no Seminário Nacional de Transporte Público, 65% dos passageiros viajam com um celular nas mãos e isso não pode ser ignorado pelo setor. A startup OnBoard Mobility será acelerada com a ajuda da NTU e de toda a rede que a associação tem no País nos próximos seis meses. Os outros projetos finalistas também receberão visibilidade.

     

Equipe do OnBoard Mobility propõe a digitalização dos cartões de crédito eletrônico com o pagamento das passagens com QRCode  

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