Como esperado, é pouco provável que o reajuste de 16% nas passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife, proposto pelos empresários, seja aprovado. O governo de Pernambuco já se posicionou formalmente contra a proposta apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) nesta terça-feira (19).
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Em nota, o Estado diz que pretende manter a tarifa da RMR entre as mais baratas do País em 2021, o que dá a entender que haverá um aumento. Atualmente, sem reajuste, a passagem de ônibus do Grande Recife é a menor entre as capitais brasileiras. Na verdade, as informações de bastidores são de que o Estado pretende defender um aumento apenas da inflação (em 2020 acumulada na casa dos 4%) e congelar a tarifa nos horários fora-pico (das 9h às 11h e das 14h às 16h) para os usuários do VEM Comum.
O Estado também explica na nota que o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) está realizando estudos para apresentar uma proposta em breve. E que tudo será levado ao Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM).
Confira a nota:
“O governo de Pernambuco informa que não concorda com a proposta de reajuste no valor das passagens de ônibus apresentada, nesta terça-feira (19), pelos empresários do setor de transportes de passageiros da Região Metropolitana do Recife (RMR). O reajuste elevaria o Anel A de R$ 3,45 para R$ 4,00.
PASSAGEM MAIS BARATA NOS HORÁRIOS FORA-PICO
Atualmente, a RMR tem a tarifa mais barata entre as capitais do País, e o Executivo estadual pretende mantê-la entre as mais baixas em 2021, apesar das dificuldades adicionais impostas pela pandemia do novo coronavírus desde o início do ano passado.
O Consórcio Grande Recife está realizando os estudos necessários para assegurar uma proposta que mantenha a sustentabilidade do sistema e proporcione a ampliação da oferta de serviços aos usuários. Todo e qualquer debate sobre revisão tarifária deverá ser levado à próxima reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM)”.
Empresários propõem aumento de 16% nas passagens de ônibus do Grande Recife. Anel A iria para R$ 4
No que depender dos empresários, as passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife poderão subir 16%. Essa é a proposta que os operadores, através do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), estão defendendo para o realinhamento em 2021. Caso esse percentual venha a ser aprovado, o Anel A (utilizado por mais de 80% do sistema) sairia de R$ 3,45 para R$ 4.
O Anel B passaria R$ 4,70 para R$ 5,45 e, o Anel G, de R$ 2,25 para R$ 2,60. De cara, entretanto, é importante destacar ser pouco provável que esse reajuste agrade o governo de Pernambuco e, consequentemente, seja aprovado pelo Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), colegiado que aprova ou não o aumento, mas que historicamente segue a decisão do governo estadual.
Mesmo assim, o setor empresarial costuma apresentar índices mais altos do que o Estado espera, calculados a partir das perdas que o sistema acumula - queda de demanda de passageiros e aumento dos insumos, como folha de pagamento e combustível, principalmente. Em 2020, pediu 14,13% e não teve nada. Em 2019, propôs 16,18% (o mesmo de agora, em 2021), mas o percentual aprovado foi de 7,07%.
Fernando Bandeira, presidente da Urbana-PE, explica os argumentos para a defesa dos 16%. “Estamos há dois anos sem realinhamento. Não tivemos em 2018 nem em 2020. Tivemos um ano muito difícil, de muita perda de receita. Em março e abril, ficamos com apenas 25% da demanda de passageiros. E atualmente seguimos com uma média de 60%”, argumenta. Vale lembrar que os anos de 2018 e 2020 foram, exatamente, anos de eleição, com o PSB disputando a reeleição no governo do Estado e a Prefeitura do Recife.
A proposta já está nas mãos do secretário de Desenvolvimento Urbano de Pernambuco, Marcelo Bruto, que preside o CSTM e quem tem a missão de convocar a reunião do para votar o reajuste. “Todo mês de janeiro é, historicamente, o mês em que o realinhamento tarifário é discutido. E, como representantes do conselho, estamos propondo essa discussão”, explicou Fernando Bandeira.
Os empresários defendem que, caso seja dado apenas a inflação, ela seja de dezembro de 2018 a dezembro de 2020, o que daria 9% de reajuste. Isso porque o realinhamento de 2019 levou em consideração dezembro de 2018.