Não há como negar que, após as obras de requalificação executadas pela Prefeitura de Olinda, a Avenida Presidente Kennedy, um dos principais eixos da cidade da Região Metropolitana do Recife, virou outra avenida. Mesmo incompleta, a via ganhou decência e urbanidade, deixando de ser um exemplo de abandono e conflitos urbanos de todos os tipos. Mas também é verdade que as obras têm se arrastado. E que os prazos estipulados pela gestão municipal já não foram cumpridos. Agora, a promessa é de que a conclusão da requalificação só aconteça no primeiro semestre de 2022.
Presidente Kennedy, em Olinda, é parte esperança, parte suplício com lentidão da obra
Em abril deste ano, o JC fez uma reportagem mostrando os benefícios da obra e cobrando a conclusão. Na época, a Prefeitura de Olinda reconheceu o atraso, mas garantiu que todo o trabalho seria concluído até dezembro. Tudo mudou e o que será finalizado até o fim deste ano - segundo garantias de Evandro Avelar, assessor técnico da Prefeitura de Olinda - é o segundo trecho dos três que compõem a obra. Com a conclusão dessa etapa, a requalificação da Kennedy chegará à metade da extensão da avenida: são quatro quilômetros e, em dezembro, dois quilômetros estarão requalificados.
“O primeiro trecho foi o mais difícil e, por isso, atrasou todo o cronograma da obra. Mas a segunda parte está praticamente concluída. Toda a parte de drenagem foi finalizada e até o fim de dezembro concluímos o trecho entre a Avenida Costa Azevedo e a Segunda Perimetral. Reconhecemos o atraso, mas é fundamental que a população reconheça a mudança que promovemos na avenida e os desafios que enfrentamos para requalificar a via. Diante da complexidade que essa obra representa, é razoável. Hoje, a Kennedy é uma outra avenida”, pontua Evandro Avelar.
O assessor especial lembra que, além de toda a drenagem da Presidente Kennedy, foi necessário fazer a ligação da via com 60 ruas que se conectam com ela. O custo da obra é de R$ 15 milhões e, segundo Evandro Avelar, recursos exclusivamente do município, sem descontinuidade. “Fizemos toda a rede de esgotamento sanitário e a Compesa está trocando a adutora central da avenida. É preciso considerar que estamos refazendo toda a Kennedy. Era uma via colapsada e agora fizemos drenagem, esgotamento sanitário, pavimento, calçada. Mas, de fato, a terceira etapa será entregue no primeiro semestre de 2022”, disse. O primeiro trecho da obra fica entre o giradouro do Complexo de Salgadinho e a Avenida Antônio da Costa Azevedo. O segundo é entre a Costa Azevedo e a 2ª Perimetral e, o terceiro, entre a Perimetral e a Estrada de Águas Compridas.
REPERCUSSÃO
Quem utiliza a avenida comemora a organização, mas critica a demora. “Estamos aqui há quatro anos e enfrentamos muitos transtornos. De fato, é uma outra avenida. Ficou muito boa. Não alaga mais, o que é o mais importante. A água até acumula, mas escorre rapidamente. Só falta terminar. A obra está muito lenta”, diz o pasteleiro Thomas Emanuel. O vendedor Jorlando Siqueira tem opinião semelhante. “Melhorou demais. A requalificação trouxe vida para a avenida, estimulou o comércio, o que é muito bom. É preciso finalizar”, afirma.
De fato, o 1,8 quilômetro requalificado da Presidente Kennedy mudou a imagem da avenida. As novas paradas de ônibus, as travessias elevadas para os pedestres, os gradis indicadores de travessia, a nova sinalização vertical e horizontal, a nova iluminação em LED e a transferência da faixa de ônibus para a direita da via deram uma nova mobilidade urbana ao corredor, por onde passam 39 linhas de ônibus e circulam cinco mil carros. E o trabalho de drenagem é o mais lembrado pela população.