A fiscalização eletrônica de trânsito, criticada por muitos motoristas, têm papel fundamental para reduzir os sinistros de trânsito nas ruas e avenidas das cidades (não é mais acidente de trânsito que se define. Entenda a razão).
Essa é uma informação fundamental que precisa preceder qualquer outra. Até porque, em média, são os equipamentos eletrônicos que respondem por mais da metade das notificações de infrações cometidas pelos motoristas.
Além disso, o déficit de agentes de trânsito é grande e, ao mesmo tempo, são muitas as infrações - como as de velocidade, as mais comuns no País, por exemplo - que só podem ser registradas por equipamentos eletrônicos aferidos.
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E são os controladores e redutores de velocidade que respondem pela redução em até 40% dos números sinistros de trânsito com vítimas. Essa redução foi verificada nas rodovias federais brasileiras em levantamentos da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O Recife tem, atualmente, segundo dados oficiais da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), 131 equipamentos de fiscalização eletrônica que monitoram 74 faixas de rolamento da cidade.
E que notificam desrespeito aos limites de velocidade, avanço de semáforo, parada sobre faixas de pedestres, restrições de circulação, em Faixas Azuis e conversões proibidas.
Em 2021, os dez equipamentos que tiveram maior incidência mensal de infrações estão instalados, por ordem, nas seguintes vias: Rua Arquiteto Luiz Nunes (Imbiribeira); Cais de Santa Rita (São José); Avenida Dom João VI (marginal do Canal do Jordão, em Boa Viagem); Avenida Abdias de Carvalho (Bongi); Avenida Beberibe (Beberibe); Avenida Mascarenhas de Moraes (Imbiribeira); Avenida República do Líbano (na entrada da pista oeste da Via Mangue, no Pina); Avenida Agamenon Magalhães (Derby); Avenida Rui Barbosa (Aflitos); Avenida Antônio de Góes (Pina).
Juntos, esses dez equipamentos respondem por uma média mensal de sete mil multas na capital. E, segundo a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, as posições no ranking não costumam oscilar muito.
“É importante destacar que esses equipamentos seguem critérios para instalação e são aferidos. O principal critério é o risco de sinistro de trânsito, mesmo que não haja vítimas. E tudo regido pela Resolução do Contran 798/2020”, explica Taciana Ferreira.
“Na busca pela segurança viária, são considerados, também, aspectos da via, como aclives, declives e curvas”, segue explicando.
“Temos alguns equipamentos instalados na cidade exatamente devido a essas características. O do Largo da Cabanga, por exemplo, é uma área de declive, aclive e em curva. Zeramos os registros no local”, exemplifica.
O equipamento que ocupou o primeiro lugar em notificações em 2021, instalado na Avenida Arquiteto Luiz Nunes, na Imbiribeira, já tem características diferentes, como explica Taciana Ferreira.
“No caso da Avenida Arquiteto Luiz Nunes, o alto risco era de atropelamento de pedestres. Estamos falando de uma via larga, que ganhou uma ciclofaixa - o que obriga a redução da velocidade para 40 km/h - e que corta uma comunidade com muitas travessias”, diz.
Segundo a presidente da CTTU, os registros dos equipamentos são sempre decrescentes.